Banco Clássico: o banco bilionário mais discreto do Brasil

O Banco Clássico é uma instituição financeira brasileira criada em 1987

Por: Pamela Gaudio em 31/07/2025
Tempo de Leitura: 3 minutos
Banco Clássico

Você já ouviu falar do Banco Clássico?

Se a resposta for “não”, saiba que isso é mais comum do que parece, e faz parte da estratégia dele.

Diferente dos grandes bancos que disputam a sua atenção o tempo todo, o Banco Clássico opera em silêncio, com uma única agência, poucos funcionários e uma fortuna bilionária sob gestão.

Neste conteúdo, a gente te mostra o que é o Banco Clássico, como ele funciona, quem é seu dono e por que ele virou assunto entre curiosos do mundo financeiro.

O que é o Banco Clássico?

O Banco Clássico é uma instituição financeira brasileira criada em 1987, e autorizada a funcionar como banco múltiplo pelo Banco Central.

Na prática, ele é uma espécie de banco privado de uma única família, a poderosa família Abdalla.

Não espere encontrar um aplicativo moderno, uma agência perto da sua casa ou até mesmo um gerente tentando te oferecer um pacote de serviços.

O Banco Clássico não atende o público em geral e sequer oferece produtos como cartão de crédito, empréstimos para pessoa física ou financiamento de veículos.

Quem é o dono do Banco Clássico?

O banco pertence a José João Abdalla Filho, herdeiro do empresário J. J. Abdalla.

Após a morte do pai, ele dissolveu os negócios da família e fundou o Banco Clássico para administrar o patrimônio bilionário que herdou.

Abdalla é discreto, mas é um dos maiores investidores individuais da Bolsa de Valores.

O banco atua, principalmente, como um veículo para investir os próprios recursos do dono, especialmente em títulos públicos e ações de empresas do setor elétrico, como Eletrobras, Cemig, Engie e Petrobras.

O que esse banco oferece?

Oficialmente, o Banco Clássico tem licença para funcionar como banco múltiplo com carteira comercial, ou seja, pode oferecer conta corrente, realizar empréstimos, administrar fundos e muito mais.

Na prática, porém, ele oferece apenas:

  • Conta-corrente para empresas e pessoas ligadas ao grupo familiar
  • Gestão de investimentos próprios
  • Fundos com foco em renda fixa e ações de longo prazo
  • Créditos pontuais para empresas selecionadas (geralmente ligadas ao dono)

Ah, e um alerta importante: o Banco Clássico não tem correspondentes bancários.

Se alguém te oferecer empréstimo em nome dele, pode desconfiar. O banco já deixou claro que não trabalha com público externo.

Qual o patrimônio do banco?

Mesmo com estrutura enxuta, são menos de 15 funcionários e apenas uma agência no Rio de Janeiro, o Banco Clássico administra um volume impressionante de recursos:

  • R$ 23,5 bilhões em ativos (2023)
  • Lucro líquido de R$ 235 milhões (2023)
  • Índice de Basileia alto (ou seja, pouco risco e muita liquidez)

Esses números fazem dele um dos bancos mais ricos do país, mesmo que quase ninguém conheça seu nome.

O Banco Clássico atende pessoas comuns?

Não. E esse é o ponto. O Banco Clássico existe para cuidar do patrimônio da família Abdalla, e não está interessado em competir com Itaú, Nubank, BTG ou qualquer outro banco.

Ele não tem agência aberta ao público, não investe em marketing e sequer aparece em redes sociais.

A sede do banco fica na Rua Vinícius de Moraes, em Ipanema (RJ), e é ali que tudo acontece, da movimentação bancária às decisões de investimento bilionárias.

Por que o Banco Clássico virou assunto?

Por pura curiosidade: ele é um dos poucos bancos do Brasil que existe para servir a um único cliente (ou uma única família).

Além disso, seu controlador tem participação relevante em grandes empresas da Bolsa e um estilo de investimento semelhante ao de Warren Buffett, conservador, paciente e focado no longo prazo.

Alguns o chamam de “o banco mais discreto do Brasil”. E com razão.

O Banco Clássico é, no mínimo, curioso. Não é para você, nem para mim, nem para 99,9% das pessoas.

Mas existe, é bilionário, funciona normalmente sob autorização do Banco Central e mostra que o sistema bancário brasileiro tem espaço até para quem só quer um banco próprio para chamar de seu.

Ficou com vontade de abrir uma conta por lá?

Pode esquecer. Mas vale a pena acompanhar a movimentação desse banco nas entrelinhas do mercado financeiro e, quem sabe, se inspirar no jeito conservador de cuidar do dinheiro.