Como utilizar a reserva de emergência como base para investir

Por: Renato Mesquita em 04/03/2024
investir com reserva de emergência

Ao adentrarmos no mundo das finanças pessoais, logo percebemos a relevância de um termo que se tornou fundamental para a estabilidade e segurança econômica de qualquer indivíduo: a reserva de emergência. Esse conceito é praticamente unânime entre especialistas da área financeira, sendo considerado o primeiro passo para quem almeja uma vida financeira saudável e um futuro mais tranquilo.

Entretanto, a simples constituição de um montante para imprevistos não capta a totalidade de sua potencialidade. Além de ser um colchão de segurança, a reserva de emergência pode ser também uma base sólida para ingressar no mundo dos investimentos. Seja você um investidor veterano ou um novato nesse universo, entender como e quando a reserva pode ser utilizada em investimentos é crucial para tomar decisões mais assertivas e rentáveis.

Neste artigo, vamos mergulhar na importância de construir e manter uma reserva de emergência, entender como determinar seu valor ideal, explorar as melhores formas de alocar esses recursos e, por fim, aprender a equilibrar a segurança da reserva com as oportunidades de crescimento patrimonial oferecidas pelos investimentos.

Administrar com sabedoria esses dois pilares ― reserva de emergência e investimentos ― é o passo que muitas vezes diferencia os resultados financeiros a longo prazo. Portanto, prepare-se para absorver informações valiosas que irão guiar suas escolhas e ações rumo a um futuro financeiro próspero e seguro.

O que é reserva de emergência e qual o seu objetivo

A reserva de emergência é uma quantia de dinheiro destinada a cobrir eventos inesperados que podem desestabilizar o orçamento pessoal, como doenças, desemprego ou reparos emergenciais em casa ou no veículo. O principal objetivo deste fundo é proporcionar liquidez imediata, evitando que a pessoa precise recorrer a empréstimos ou se desfazer de investimentos em condições desfavoráveis para enfrentar esses momentos.

O conceito de reserva de emergência está profundamente atrelado ao princípio da prevenção. É um mecanismo de defesa contra os riscos financeiros que todos estão sujeitos, servindo como uma garantia de que, mesmo em face de adversidades, você terá recursos para continuar honrando suas despesas essenciais sem comprometer seu planejamento financeiro de longo prazo.

Portanto, mais do que um montante parado em uma conta, a reserva de emergência deve ser vista como parte de um planejamento estratégico maior, que envolve a ponderação de riscos, a previsão de cenários e a capacidade de responder com agilidade às necessidades sem sacrificar objetivos futuros. Isso dá ao indivíduo um poder maior sobre sua vida financeira e diminui a vulnerabilidade perante imprevistos.

Determinando o valor ideal para sua reserva de emergência

Calcular o valor ideal para a reserva de emergência é um exercício que deve ser personalizado, considerando-se o perfil de gastos, os compromissos fixos mensais e o nível de estabilidade financeira de cada pessoa. De maneira geral, recomenda-se que se tenha uma reserva suficiente para cobrir entre três a seis meses de despesas.

Despesas Mensais Reserva (3 meses) Reserva (6 meses)
R$ 2.500,00 R$ 7.500,00 R$ 15.000,00
R$ 5.000,00 R$ 15.000,00 R$ 30.000,00
R$ 10.000,00 R$ 30.000,00 R$ 60.000,00

Para ser mais preciso, o ideal é que o indivíduo faça um mapeamento dos seus gastos mensais efetivos, incluindo despesas fixas, variáveis e eventuais imprevistos. Após ter essa visão clara, será possível determinar um valor que realmente corresponda às necessidades. Além disso, esta análise deve ser revista periodicamente, pois mudanças na vida pessoal ou profissional podem impactar diretamente na quantia necessária.

Uma dica valiosa é começar pequeno, visando alcançar primeiro um fundo para um mês de despesas, e ir crescendo progressivamente. Isso torna o objetivo mais tangível e menos intimidador, além de criar o hábito de poupar e planejar.

Alocando a reserva de emergência: opções de investimento seguras

Alocação de recursos é uma etapa fundamental no processo de gestão da reserva de emergência. Por possuir a característica de liquidez imediata, as opções de investimento para esse montante tendem a ser mais conservadoras e com baixo risco. Aqui vamos explorar algumas das alternativas mais recomendadas para manter a reserva de emergência segura e acessível:

  • Poupança: A mais tradicional entre as opções, possui a vantagem de ter liquidez diária e ser isenta de Imposto de Renda para pessoa física. Porém, em geral, oferece rendimentos inferiores a outras opções disponíveis no mercado.
  • Tesouro Selic (LFT): Títulos do governo federal que acompanham a taxa Selic. São considerados de baixíssimo risco, tendo a garantia do Tesouro Nacional, e podem ser resgatados a qualquer momento.
  • CDB com liquidez diária: Certificados de Depósito Bancário que permitem o resgate do valor investido a qualquer momento, com rendimentos que costumam seguir a taxa CDI.
Opção de Investimento Liquidez Risco Rendimento
Poupança Imediata Muito baixo Baixo
Tesouro Selic (LFT) Imediata* Baixo Variável (Selic)
CDB Liquidez Diária Imediata Baixo Variável (CDI)

*Lembrando que a liquidez imediata no Tesouro Direto depende do funcionamento do sistema bancário.

Quando e como utilizar a reserva de emergência para investir

Embora a reserva de emergência deva ser preservada para situações imprevistas, pode haver momentos em que usá-la para investir faça sentido estratégico. É importante, no entanto, seguir critérios rígidos ao ponderar essa possibilidade, com o intuito de não colocar em risco a segurança financeira conquistada.

A utilização do fundo de emergência em investimentos deve ser considerada apenas quando:

  1. A oportunidade de investimento apresenta um risco calculado e é coerente com os objetivos financeiros de longo prazo.
  2. A possibilidade de retorno é alta e justifica o risco de retirar recursos da reserva.
  3. O investimento em potencial é passageiro, ou seja, é uma oportunidade que pode não se repetir facilmente.

Mesmo nessas condições, é vital que a quantia retirada da reserva seja limitada e que o plano de recomposição do fundo seja estabelecido previamente, para evitar que a segurança financeira fique comprometida por um período prolongado. O investimento, neste caso, passa a ser uma extensão planejada da estratégia financeira, e não um movimento impulsivo e desmedido.

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