Você já pensou em passar seu próprio cartão de crédito ou débito na sua maquininha pra conseguir um dinheiro na hora?
Parece prático, né? Mas essa prática, conhecida como autofinanciamento, é considerada ilegal, pode causar o bloqueio da sua maquininha, gerar multa e até dar problema com a Justiça.
Vamos te explicar de forma simples por que isso não é uma boa ideia, o que diz a lei, quais as consequências e, claro, quais são as alternativas seguras para quando você estiver precisando de grana.
O que é autofinanciamento com maquininha?
Autofinanciamento acontece quando você simula uma venda na sua maquininha usando o próprio cartão.
Na prática, é como se você “vendesse algo pra si mesmo” só pra receber o dinheiro da maquininha na conta, normalmente com taxas descontadas e, às vezes, com antecipação de recebíveis.
Apesar de parecer um simples atalho pra ter dinheiro rápido, isso configura um tipo de fraude contra o sistema financeiro.
Isso porque, na visão das operadoras e dos órgãos reguladores, esse tipo de operação burla o propósito real das maquininhas: registrar vendas legítimas de produtos ou serviços.
O que a lei e as credenciadoras dizem sobre isso?
A prática de passar o próprio cartão na maquininha é considerada irregular pelo Banco Central do Brasil (BCB) e também é proibida nos termos de uso de praticamente todas as operadoras de maquininhas.
Em alguns casos, o ato pode até se enquadrar em crimes previstos na Lei nº 7.492/86, que trata dos crimes contra o sistema financeiro, especialmente quando há intenção de ocultar movimentações ou obter vantagens ilícitas com isso.
Além disso, muitas empresas de maquininha, como InfinitePay, Stone, PagSeguro e SumUp, afirmam de forma explícita que essa prática viola os termos de uso e pode resultar no bloqueio da conta.
Quais os riscos de passar meu cartão na minha maquininha?
Se você ainda acha que essa é uma boa ideia, dá uma olhada nos riscos reais que essa prática pode trazer:
- Bloqueio ou cancelamento da maquininha: as operadoras monitoram esse tipo de comportamento e podem encerrar sua conta sem aviso.
- Bloqueio dos valores recebidos: o dinheiro da “venda” pode ficar retido enquanto a operadora investiga a transação.
- Perda do CNPJ como cliente: o histórico da sua empresa pode ser prejudicado com outras operadoras.
- Problemas com a Receita Federal: movimentações incompatíveis com o faturamento declarado podem levantar suspeitas de sonegação fiscal.
- Risco criminal: em casos mais graves, a prática pode ser enquadrada como fraude, estelionato ou crime contra o sistema financeiro.
- Complicações no crédito pessoal ou empresarial: se o problema for parar nos órgãos de proteção ao crédito, seu score pode ser afetado.
Tem alguma situação em que isso é permitido?
Essa é uma dúvida comum. Às vezes, a pessoa acha que pode passar o cartão da esposa, do filho ou de um amigo, desde que o dinheiro vá pra ela mesma. Mas não é bem assim.
Veja algumas situações que confundem:
- Cartão de parente: se a venda for real (ex: sua mãe comprando um produto que você vende), tudo bem. Mas se for só pra “te ajudar” a gerar crédito, configura autofinanciamento.
- Cartão da empresa x pessoal: se você tem um cartão de crédito PJ e uma maquininha também PJ, ainda assim é irregular simular uma venda.
- “Só uma vez, por emergência”: não importa se foi só uma vez ou se foi por desespero financeiro, a prática continua sendo proibida e pode gerar consequências.
A única forma de se proteger é ter documentação que comprove que houve de fato uma venda ou prestação de serviço. Caso contrário, você estará correndo um risco desnecessário.
Por que é ilegal passar meu cartão na maquininha, mas não é ilegal fazer PIX com o limite do cartão?
Essa dúvida é super comum, e a resposta está no tipo de operação que cada uma representa.
Quando você passa seu próprio cartão na sua maquininha, está simulando uma venda que não existe de verdade, o que configura autofinanciamento disfarçado de operação comercial.
Isso é proibido pelas operadoras de maquininha e pode até ser considerado fraude ou crime contra o sistema financeiro. A prática burla regras fiscais, contratuais e financeiras.
Já no caso do PIX feito com o limite do cartão de crédito, não há disfarce nenhum. Trata-se de um produto financeiro legítimo, oferecido por bancos e fintechs, com taxas, condições e finalidade claras. Ou seja, é uma operação de crédito transparente, não uma simulação.
Resumo da lógica:
| Ação | É permitido? | Por quê? |
| Passar o próprio cartão na própria maquininha | ❌ Não | Simula uma venda falsa, viola regras do sistema financeiro e configura autofinanciamento |
| Fazer um PIX com o limite do cartão de crédito para si mesmo | ✅ Sim | É uma operação legítima de crédito, com taxas claras e regulamentação |
Mesmo assim, vale o alerta: apesar de legal, o PIX com cartão pode ter juros altíssimos. Então, use com cuidado e só em emergências.
Quais as alternativas seguras para conseguir dinheiro rápido?
Se você está sem caixa e pensou em passar o cartão na sua maquininha, respira e vem ver algumas opções melhores e seguras:
- Antecipação de recebíveis: se você já tem vendas feitas no crédito, pode antecipar os valores com a própria operadora.
- Empréstimos para MEI ou pequenas empresas: há linhas específicas para quem é CNPJ, com taxas menores e melhores prazos.
- Conta digital com crédito PJ: fintechs como Inter, Nubank e Cora oferecem cartões e limites para empreendedores.
- Parceria com apps de gestão financeira: muitas soluções oferecem adiantamento de valores com taxas mais transparentes.
- Crédito com garantia: como o crédito com garantia de veículo, imóvel ou até do FGTS (em alguns casos), que oferece taxas bem mais baixas.
Perguntas frequentes
É crime passar meu cartão na minha própria maquininha?
Não é automaticamente um crime, mas pode ser considerado fraude ou estelionato, dependendo da intenção e da frequência.
E se eu fizer isso só uma vez, porque estava desesperado?
Ainda assim é uma violação dos termos das operadoras e pode gerar consequências como bloqueio da maquininha ou do valor.
Posso usar o cartão de um parente para me ajudar com dinheiro?
Somente se houver uma venda ou serviço real envolvido. Caso contrário, pode configurar autofinanciamento.
Como posso evitar problemas se vendi para alguém próximo?
Guarde comprovantes, notas fiscais e mensagens que comprovem a transação. Isso pode ajudar a se defender em caso de bloqueio ou investigação.
Passar o seu próprio cartão na sua maquininha pode parecer inofensivo, mas é uma furada. Além de ser ilegal, pode te trazer um problemão com a operadora, com o fisco e até com a Justiça.
Se estiver apertado financeiramente, opte por soluções seguras, como antecipação de vendas, crédito legal ou até empréstimos específicos para MEI. O importante é evitar riscos desnecessários que podem comprometer o seu negócio.
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