Você começou a trabalhar e está com a carteira assinada, mas tem medo de perder o benefício? Essa é uma dúvida comum — e a boa notícia é que sim, em muitos casos é possível ter carteira assinada e Bolsa Família ao mesmo tempo.
Mas tudo depende de quanto sua família está ganhando por mês e de como essa renda se distribui entre os membros.
Também existem regras específicas, como a Regra de Proteção, que permite continuar recebendo o benefício por um período mesmo depois de conseguir um emprego formal.
Carteira assinada e Bolsa Família: o que diz o programa
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda voltado para famílias em situação de pobreza.
O principal critério para continuar recebendo o benefício é a renda per capita, ou seja, a média de quanto cada pessoa da família recebe por mês.
Segundo as regras atuais, se a renda por pessoa for de até R$ 218,00, a família continua recebendo normalmente — mesmo com um ou mais membros trabalhando com carteira assinada.
Como calcular a renda familiar por pessoa
É simples: basta somar tudo o que entra de dinheiro na sua casa por mês (salários, pensão, aposentadoria, etc.) e dividir pelo número total de moradores.
Exemplo: se uma família com 4 pessoas tem apenas uma pessoa com salário de R$ 880:
- R$ 880 ÷ 4 = R$ 220 por pessoa
Nesse exemplo, a renda por pessoa ultrapassa R$ 218, o que em tese impediria o recebimento do benefício.
Mas aí entra a chamada Regra de Proteção.
O que é a Regra de Proteção do Bolsa Família?
A Regra de Proteção permite que famílias que começaram a trabalhar de carteira assinada mantenham o benefício por até 24 meses, mesmo com renda um pouco acima do limite tradicional.
Para isso, a renda por pessoa deve ficar abaixo de meio salário mínimo, que em 2025 corresponde a R$ 706,00 por pessoa.
Resumo das condições:
- Renda por pessoa até R$ 218 → recebe o benefício normalmente
- Renda entre R$ 219 e R$ 706 → pode continuar recebendo com a Regra de Proteção
- Renda acima de R$ 706 por pessoa → perde o benefício
Trabalho formal exige atualização no CadÚnico
Se você conseguir um emprego formal, deve atualizar imediatamente seus dados no CadÚnico.
Isso pode ser feito presencialmente no CRAS ou, em alguns casos, pelo aplicativo do CadÚnico.
Manter o cadastro atualizado é essencial para continuar recebendo o Bolsa Família legalmente.
O sistema do governo cruza os dados da sua carteira assinada com o banco de dados do CadÚnico — e omissões podem levar ao cancelamento do benefício.
Carteira assinada e Bolsa Família: posso me registrar como MEI?
Sim. O fato de ser MEI (Microempreendedor Individual) não impede ninguém de receber o Bolsa Família.
O que importa é a renda da família, e não o tipo de vínculo empregatício.
Se a renda média da família estiver abaixo de R$ 218 por pessoa (ou até R$ 706 na Regra de Proteção), o benefício continua ativo.
Trabalho temporário ou intermitente também entra na conta?
Entra, sim. Se você tem carteira assinada com contrato temporário ou intermitente, o cálculo da renda mensal considera os valores realmente recebidos no mês.
Nesses casos, as variações de salário podem permitir que a família permaneça dentro do programa.
Resumo prático: posso ter carteira assinada e Bolsa Família?
| Renda por pessoa | Direito ao Bolsa Família |
|---|---|
| Até R$ 218 | Sim ✅ |
| De R$ 219 a R$ 706 | Sim, com Regra de Proteção |
| Acima de R$ 706 | Não ❌ |
Carteira assinada e Bolsa Família: para não restar dúvidas
Quem trabalha de carteira assinada pode receber Bolsa Família?
Sim, desde que a renda per capita esteja dentro do limite de R$ 218 ou até R$ 706 com Regra de Proteção.
Preciso informar que comecei a trabalhar registrado?
Sim. Toda alteração de renda ou emprego deve ser informada no CadÚnico.
Posso perder o Bolsa Família por não atualizar meus dados?
Sim. Isso pode levar à suspensão ou cancelamento do benefício.
MEI pode ter Bolsa Família?
Sim, o importante é a renda da família, não o tipo de trabalho.
