Dissídio Salarial: o que é, como funciona e como calcular

Entenda como o dissídio salarial impacta seu salário, quais são seus direitos e tire suas principais dúvidas

Por: Joyce em 26/05/2025
dissídio salarial

Você já ouviu falar em dissídio salarial, mas não tem certeza do que isso significa ou se tem direito a esse reajuste? O dissídio é um mecanismo que garante o aumento do salário com base na inflação e nas negociações entre sindicatos.

Saber como ele funciona é fundamental para todo trabalhador com carteira assinada.

Neste artigo, você vai entender o que é dissídio salarial, como ele funciona, como fazer o cálculo e esclarecer as principais dúvidas sobre o tema.

O que é dissídio salarial?

O dissídio salarial é o reajuste anual do salário dos trabalhadores com base nas negociações entre sindicatos de trabalhadores e empregadores.

O objetivo é garantir que o valor recebido acompanhe a inflação e as condições do mercado de trabalho.

Esse reajuste pode ocorrer de duas formas:

  • Dissídio por acordo coletivo: quando há negociação direta entre as partes.
  • Dissídio coletivo judicial: quando não há acordo e o caso é resolvido na Justiça do Trabalho.

Além da reposição inflacionária, o dissídio pode incluir aumento real de salário, atualização de benefícios e melhorias nas condições de trabalho.

O termo “dissídio” também pode ser utilizado em outros contextos, como em conflitos trabalhistas.

No entanto, quando falamos de “dissídio salarial”, o foco é exclusivamente o reajuste de salário.

Quem tem direito ao dissídio?

Todo trabalhador com carteira assinada (regido pela CLT) tem direito ao dissídio salarial, desde que esteja vinculado a uma categoria representada por sindicato. Isso inclui:

  • Trabalhadores de empresas privadas;
  • Profissionais de categorias com sindicatos ativos;
  • Colaboradores que estejam em atividade na data-base da negociação.

Trabalhadores autônomos, PJ ou sem vínculo empregatício formal não têm direito ao dissídio.

Leia também: Salário mínimo 2025

Como funciona o dissídio salarial?

O dissídio segue um processo de negociação entre o sindicato da categoria dos trabalhadores e o sindicato patronal (que representa as empresas).

Se houver consenso, firma-se um acordo coletivo ou uma convenção coletiva. Caso contrário, o processo pode ser judicializado e resultar em um dissídio coletivo.

Essa negociação ocorre todos os anos, sempre na data-base da categoria, ou seja, o mês em que o reajuste deve ser discutido e aplicado.

As partes podem negociar não apenas o índice de reajuste salarial, mas também cláusulas sociais, como benefícios (vale-refeição, plano de saúde, entre outros), jornada de trabalho, adicionais e condições de segurança.

O acordo ou convenção deve ser registrado no sistema do governo (Mediador do MTE), tornando-se válido e com força de lei.

Como calcular o dissídio?

O cálculo do dissídio salarial depende do índice de reajuste definido na convenção coletiva, geralmente baseado no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Esse índice mede a inflação acumulada ao longo de 12 meses e serve como referência para que os salários não percam seu poder de compra.

Exemplo prático:

  • Salário atual: R$ 2.000
  • Reajuste de 6%
  • Valor do reajuste: R$ 2.000 × 0,06 = R$ 120
  • Novo salário: R$ 2.120

Reajuste proporcional:

Se o trabalhador foi contratado após a data-base da categoria, ele pode receber um reajuste proporcional ao tempo trabalhado.

Por exemplo, se a pessoa foi contratada 6 meses antes do dissídio, ela pode ter direito a metade do percentual acordado.

Cada convenção pode definir regras diferentes para o pagamento retroativo do dissídio e sua proporcionalidade.

Qual o prazo para pagamento do dissídio? Quando será pago em 2025?

O prazo para pagamento do dissídio depende da data-base da categoria e do tempo necessário para a negociação coletiva.

Quando o reajuste é acordado, o empregador deve aplicar o novo salário no mês seguinte ou no primeiro pagamento após a homologação do acordo.

Em 2025, o pagamento do dissídio seguirá o calendário de cada categoria. Por exemplo:

  • Se a data-base for janeiro, o reajuste pode ser pago ainda no primeiro trimestre;
  • Se houver atraso na negociação, o reajuste pode ser aplicado retroativamente.

É importante acompanhar os canais oficiais do seu sindicato para saber quando o pagamento será feito.

Qual o valor do dissídio 2025?

O valor exato do dissídio em 2025 dependerá das negociações realizadas por cada sindicato e pode variar entre as categorias profissionais.

A maioria dos reajustes tende a acompanhar a inflação medida pelo INPC, que gira em torno de 4% a 6% ao ano.

Por isso, não existe um valor fixo para o dissídio de 2025. Para saber o percentual exato aplicado à sua categoria, consulte:

  • O site do seu sindicato;
  • A convenção coletiva atualizada;
  • O RH da sua empresa.

Perguntas frequentes sobre dissídio salarial

Qual é o mês do dissídio?

O mês do dissídio varia conforme a categoria profissional. Cada sindicato tem sua própria data-base, que determina quando deve ocorrer a negociação salarial. Para saber a data correta, consulte o sindicato que representa sua função.

Como saber quanto vou receber de dissídio?

O valor do dissídio depende do índice de reajuste acordado para sua categoria. Você pode consultar o site do seu sindicato, verificar o holerite após a data-base e falar com o RH da sua empresa.

É obrigatório pagar o dissídio?

Sim. O pagamento do dissídio é obrigatório quando existe uma convenção coletiva registrada ou uma sentença judicial. Caso a empresa não pague, o trabalhador pode entrar com uma ação trabalhista para exigir pagamento da diferença salarial.

Empresas que descumprem acordos coletivos estão sujeitas a fiscalizações e autuações por parte do Ministério do Trabalho.

Como saber o dissídio da minha empresa?

Na verdade, o dissídio é determinado pela categoria profissional, não pela empresa. Empresas podem estar vinculadas a diferentes sindicatos, dependendo do enquadramento sindical dos seus colaboradores.

Conclusão

O dissídio salarial é um direito essencial que protege o trabalhador da perda do poder de compra frente à inflação.

Compreender como ele funciona, qual é a sua data-base e como o reajuste é aplicado é essencial para acompanhar se os direitos estão sendo respeitados.

Se você é trabalhador registrado, acompanhe as negociações do seu sindicato e confira seu holerite após a data-base.

Se você é gestor ou profissional de RH, fique atento às obrigações legais para evitar problemas trabalhistas.

Fique por dentro das atualizações salariais e garanta que seus direitos estejam sempre em dia.