Portabilidade do Consignado CLT: O que mudou e como funciona

Novas regras permitem trocar de banco em busca de juros menores, enquanto uso do FGTS como garantia ainda depende de regulamentação.

Por: Izabella Souza em 01/09/2025
Portabilidade Consignado CLT

O Ministério do Trabalho anunciou novas regras para a portabilidade do empréstimo consignado de trabalhadores com carteira assinada.

As mudanças facilitam a transferência de contratos entre bancos e podem reduzir o custo da dívida.

Como vai funcionar a portabilidade

  • Desde 25 de agosto, trabalhadores já podem transferir contratos feitos pelo programa Crédito do Trabalhador direto com os bancos.

  • Em outubro, a portabilidade também será possível para empréstimos contratados após março, usando o aplicativo Carteira de Trabalho Digital.

  • Contratos mais antigos (firmados antes de março) estão em migração, processo que só deve acabar em novembro. São mais de quatro milhões de contratos, equivalendo a cerca de R$ 40 bilhões.

Vantagens para o trabalhador

  • Redução de juros: possibilidade de buscar taxas menores em outros bancos. E por falar em redução, os juros do consignado CLT caíram!

  • Menor custo total: trocando de instituição, o valor final da dívida pode cair.

  • Troco na conta: diferença de valores pode ser devolvida ao trabalhador.

  • Não é um novo empréstimo: a dívida continua a mesma, só muda de banco.

  • Mais liberdade: o trabalhador escolhe onde manter o empréstimo.

O que analisar antes de fazer a portabilidade

  • Compare a taxa de juros atual com a oferecida pelo novo banco.

  • Veja o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todos os encargos.

  • Confira valor das parcelas, saldo devedor e prazo restante.

  • Avalie se há troco a receber após a troca de banco.

Quem pode usar a portabilidade

  • Qualquer trabalhador CLT com empréstimo consignado ativo e em dia pode solicitar a portabilidade.

  • O novo banco precisa aceitar o contrato.

Situação das taxas

Segundo o Banco Central, a taxa média do consignado CLT foi de 3,79% ao mês em junho de 2024, mais que o dobro do consignado para aposentados do INSS ou servidores públicos.

Com a portabilidade, espera-se maior competição e redução dessas taxas.

Previsão para o futuro

Até outubro de 2025, todo o processo de portabilidade deve estar integrado ao app Carteira de Trabalho Digital, o que vai facilitar ainda mais a vida de quem quer trocar de banco.

Uso do FGTS como garantia no consignado CLT

Outra mudança prevista é a possibilidade de usar o FGTS como garantia no empréstimo consignado privado.

Como vai funcionar

  • A medida deve entrar em vigor em novembro, mas ainda precisa de regulamentação oficial.

  • O trabalhador poderá usar até 10% do saldo do FGTS como garantia de crédito, além de 40% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa.

  • Isso deve facilitar a aprovação do empréstimo e reduzir as taxas de juros, já que o banco terá uma garantia concreta.

Pontos de atenção

  • Ainda falta a regulamentação oficial, então detalhes de funcionamento só serão conhecidos depois da publicação das regras.

  • O uso do FGTS como garantia pode ser vantajoso para quem tem saldo no fundo e precisa de crédito mais barato, mas é preciso avaliar com cuidado.

A portabilidade do consignado CLT já está disponível para parte dos contratos e deve ser ampliada em breve, permitindo ao trabalhador buscar juros menores e melhores condições.

Já o uso do FGTS como garantia promete facilitar o acesso ao crédito, mas só deve ser liberado após as definições do governo.