Posso trabalhar enquanto aguardo a perícia do INSS? Veja os riscos e alternativas

Descubra se quem está aguardando perícia do INSS pode trabalhar, quem paga nesse período e o que fazer para não perder seus direitos

Por: Karol em 01/10/2025
trabalhar enquanto aguardo a perícia do INSS

Se você já precisou pedir auxílio-doença (hoje chamado de benefício por incapacidade temporária), provavelmente enfrentou uma longa espera até a perícia do INSS. Nesse intervalo, surge a dúvida: quem está aguardando perícia do INSS pode trabalhar?

Essa preocupação é totalmente válida. Afinal, muitos trabalhadores ficam sem salário da empresa e ainda não recebem nada do INSS, gerando um vazio financeiro perigoso.

Mas atenção: voltar a trabalhar antes da perícia pode trazer sérias consequências. Ao longo deste artigo, vamos explicar:

  • O que acontece se voltar a trabalhar antes da perícia;

  • Quem paga o funcionário nesse período;

  • O que fazer para manter sua renda enquanto espera;

  • Perguntas frequentes sobre o tema.

O que acontece se voltar a trabalhar antes da perícia do INSS?

Ao entregar atestado médico, o trabalhador afirma que está incapacitado para exercer sua função. Esse é justamente o motivo do pedido de benefício.

Se ele volta a trabalhar antes da perícia do INSS, pode enfrentar problemas como:

  • Negativa do benefício: o perito pode entender que, se você trabalhou, não estava incapacitado.

  • Conflito com a empresa: o empregador pode questionar a validade do afastamento inicial.

  • Dificuldade em recursos: se o benefício for negado, recorrer pode ficar mais difícil se houver registros de trabalho no período de afastamento.

Exemplo real: imagine um auxiliar de serviços gerais com problemas na coluna que entrega atestado, pede benefício e, por necessidade, volta a trabalhar antes da perícia.

Se o perito tiver acesso a provas desse retorno (holerite, informações do e-Social, até testemunhas), pode negar o benefício alegando ausência de incapacidade.

Quem está esperando perícia do INSS pode trabalhar?

A resposta curta é: não deve trabalhar.

Isso porque o pedido de auxílio-doença se baseia na incapacidade. Trabalhar nesse período gera contradição e pode prejudicar o reconhecimento do benefício.

Porém, existem situações específicas:

  • Atividade adaptada: se a empresa oferecer uma função temporária mais leve, com autorização médica, pode haver exceção. Exemplo: um operador de máquina afastado por problema físico pode ser remanejado para uma função administrativa, mas isso deve estar documentado.

  • Trabalho informal: muitos segurados, pela necessidade de sustento, recorrem a bicos ou trabalhos temporários. Mas isso pode ser usado pelo INSS como argumento de que não há incapacidade laboral.

Conclusão prática: quem está aguardando perícia do INSS não deve trabalhar, a menos que haja respaldo médico e jurídico.

Quem paga o funcionário enquanto ele aguarda a perícia do INSS?

Essa é a maior fonte de insegurança para quem está afastado.

  • Primeiros 15 dias de afastamento: a empresa paga o salário normalmente.

  • A partir do 16º dia: o pagamento passa a ser responsabilidade do INSS, desde que o benefício seja aprovado.

 O problema: enquanto a perícia do INSS não acontece, o trabalhador pode ficar sem receber nada. Isso acontece porque a empresa não é mais obrigada a pagar e o INSS ainda não liberou o benefício.

Essa é a principal razão pela qual muitos se perguntam: “posso voltar a trabalhar antes da perícia do INSS só para garantir a renda?”

O que fazer enquanto aguardo a perícia do INSS?

Se você não pode trabalhar durante esse período, precisa buscar alternativas para manter sua segurança financeira. Algumas opções são:

1. Usar o FGTS

É possível sacar parte do FGTS em modalidades como saque-aniversário ou saque emergencial, que podem ajudar a cobrir gastos até a liberação do benefício.

2. Pedir empréstimo com garantia

Quem já recebe benefício previdenciário pode acessar empréstimo consignado com taxas menores. Se for a primeira vez que pede, pode avaliar outras linhas de crédito pessoal, mas sempre com cautela.

3. Contar com ajuda familiar

Mesmo que não seja a solução ideal, muitas vezes é necessário recorrer ao apoio da família para não comprometer as contas básicas.

4. Acompanhar o processo no Meu INSS

Pelo site ou aplicativo Meu INSS, você pode acompanhar atualizações, reagendar perícia em caso de atraso e verificar mutirões de atendimento. Isso ajuda a reduzir o tempo de espera.

5. Procurar auxílio jurídico

Em situações em que a espera ultrapassa meses, um advogado pode entrar com ação judicial pedindo antecipação do benefício. Em casos urgentes, a Justiça costuma agilizar a análise.

Base legal: por que não é permitido trabalhar enquanto espera a perícia

Segundo a Lei 8.213/91, que regula os benefícios da Previdência Social, o auxílio-doença é devido apenas ao segurado incapaz para o trabalho.

Portanto, se o INSS identificar que o segurado exerceu atividade laboral durante o período em que alegou incapacidade, pode negar o benefício ou até pedir devolução de valores.

Perguntas frequentes

O que acontece se voltar a trabalhar antes da perícia do INSS?

Você pode ter o auxílio negado, pois a perícia pode concluir que não havia incapacidade real.

Quem está aguardando perícia do INSS pode trabalhar registrado?

Não. O registro em carteira durante o período de afastamento pode ser usado contra o segurado no processo.

Posso trabalhar informalmente enquanto espero a perícia?

Também não é recomendável. O INSS pode considerar isso uma prova de capacidade.

Quem paga o funcionário enquanto aguarda a perícia?

Nos primeiros 15 dias, a empresa. Depois disso, apenas o INSS — se o benefício for aprovado.

O que fazer enquanto aguardo perícia do INSS?

Buscar alternativas seguras de renda: saque do FGTS, empréstimo, ajuda familiar ou até ação judicial em casos de demora excessiva.

Cuidado para não perder seus direitos

É compreensível que, diante da demora do INSS, muitos trabalhadores pensem em voltar a trabalhar e desorganizar a sua vida financeira.

Mas a verdade é que isso pode colocar em risco todo o processo e acabar trazendo ainda mais prejuízos.

O ideal é respeitar o afastamento indicado pelo médico, manter a documentação organizada e buscar alternativas seguras de renda enquanto aguarda a perícia.

Assim, você protege sua saúde, garante seus direitos e aumenta as chances de aprovação do benefício.