Você já ouviu falar do cheque especial? Temos certeza que sim e possivelmente já o utilizou. Caso não, a gente explica para você o que é e como ele funciona.
Em algum momento da nossa vida financeira, passamos por alguma situação que precisamos de um crédito extra, não é mesmo?
Dependendo do valor, não é necessário fazer um empréstimo todo formal, daí é que corremos logo para o cheque especial.
Apesar de ser uma forma muito fácil de contrair uma espécie de empréstimo com o banco, contar com o cheque especial exige alguns cuidados.
O que é o cheque especial?
O cheque especial é um tipo de crédito pré-aprovado que os bancos oferecem automaticamente para os clientes.
Funciona como um empréstimo emergencial: se você gasta mais do que tem na conta, o banco cobre a diferença, mas cobra juros sobre o valor utilizado.
Por exemplo:
Imagine que você precisa pagar uma conta de R$ 500, mas tem apenas R$ 300 na conta.
Se seu banco te oferece um limite de cheque especial de R$ 1.000, ele cobre a diferença de R$ 200 automaticamente.
No entanto, ao receber seu próximo salário, esse valor será descontado com juros, que podem ser muito altos.
Geralmente, ao abrir uma conta no banco, eles já te oferecem um limite do cheque especial e você pode aumentá-lo posteriormente, com base no seu crédito e renda.
Mas o cheque especial pode ser uma pegadinha, por isso, todo cuidado é pouco.
Quais são as taxas e juros do cheque especial?
O cheque especial já teve taxas de juros altíssimas, passando de 300% ao ano em alguns casos.
No entanto, em 2020, o Banco Central estabeleceu um limite máximo de 8% ao mês para os juros dessa modalidade.
Ainda assim, isso equivale a cerca de 151% ao ano, um valor bastante elevado comparado a outras formas de crédito, como empréstimos pessoais.
Comparação com outras modalidades de crédito:
- Cheque especial → até 8% ao mês (aproximadamente 151% ao ano)
- Cartão de crédito (rotativo) → até 12% ao mês (aproximadamente 300% ao ano)
- Empréstimo pessoal (bancos tradicionais) → 2% a 6% ao mês (aproximadamente 27% a 100% ao ano)
- Empréstimo com garantia → 1% a 3% ao mês (aproximadamente 12% a 40% ao ano)
Ou seja, o cheque especial pode até ser prático, mas os juros são bem altos.
Cheque especial: vantagens e desvantagens
É claro que, para uma mente bem estruturada, o uso do cheque especial só acontece realmente em casos especiais. Confira quais são as vantagens e desvantagens do cheque especial.
Vantagens
- Nos momentos de perrengue, ele te economiza tempo e burocracia na hora de conseguir um dinheiro a mais. Evita a necessidade de realizar um empréstimo e geralmente é utilizado para necessidades menores.
- É permitido sacar dinheiro em espécie ou no débito
Desvantagens
- Por estar sempre disponível, podemos acabar mal acostumados e passar a crer que possuímos aquele dinheiro do cheque, porém ele não é nosso.
- Ele precisará ser reposto e, com isso, você verá seu poder aquisitivo diminuir. Existem casos que o crédito que cai em conta acaba cobrindo apenas o cheque especial, deixando a pessoa zerada. A facilidade pode jogar contra você nesse momento.
Vale a pena recorrer ao cheque especial?
Na maioria dos casos, não vale a pena utilizar o cheque especial. Ele deve ser usado apenas como último recurso e por um período muito curto.
Se precisar de crédito, é melhor buscar opções com juros mais baixos, como empréstimos pessoais ou crédito consignado.
Se você já está usando o cheque especial há mais de 30 dias e ultrapassou 15% do limite, o banco é obrigado a oferecer uma linha de crédito com juros menores.
Então, sempre vale a pena perguntar ao banco sobre alternativas mais baratas.
Dicas para não se comprometer com o cheque especial
Negocie o valor do cheque especial com o seu gerente, para que não ultrapasse o valor do seu orçamento.
Por exemplo. Se você ganha R$5000 por mês, mas só gasta R$4000 no mês todo, estabeleça um valor de R$1000.
A probabilidade de recorrer ao cheque especial é baixa, mas se acontecer, você tem como cobrir sem grandes problemas.
Nunca tenha um limite no cheque especial acima do que você ganha. Ao recorrer ao crédito, a sua vida financeira pode virar uma grande bola de neve.
O cheque especial passou por mudanças nas regras ainda em 2020. Por isso, se você usar mais de 15% por 30 dias seguidos, o seu banco tem como obrigação te oferecer uma opção mais em conta de crédito, que seria um empréstimo pessoal.
Entre as novas regras, também está o limite de 8% de juros por mês no cheque especial. Sabemos que um empréstimo pessoal conta com taxas muito menores.
Nesses casos, pegar um empréstimo pessoal para cobrir a dívida do cheque especial é bem mais vantajoso do que ficar pagando juros muito altos.
Perguntas frequentes sobre o cheque especial
1. O que acontece se eu não pagar o cheque especial?
Se você não cobrir o valor utilizado no cheque especial, os juros continuarão sendo cobrados, aumentando a dívida. Com o tempo, o banco pode negativar seu nome e até entrar com uma ação de cobrança.
2. O cheque especial pode ser cancelado pelo banco?
Sim. O banco pode reduzir ou cancelar seu limite de cheque especial se perceber que seu perfil financeiro mudou ou se houver risco de inadimplência.
3. Como saber qual é o limite do meu cheque especial?
Você pode verificar seu limite pelo aplicativo do banco, pelo internet banking ou diretamente com seu gerente.
4. Existe um período sem juros para o cheque especial?
Alguns bancos oferecem um período de isenção de juros, que geralmente varia entre 10 e 30 dias. No entanto, isso pode mudar conforme a instituição financeira.
5. É melhor pegar um empréstimo ou usar o cheque especial?
Na maioria dos casos, um empréstimo pessoal tem taxas menores do que o cheque especial. Se precisar de crédito, compare as opções antes de decidir.
Como manter a saúde financeira e evitar dívidas?
O cheque especial pode parecer uma solução rápida, mas os juros altos podem comprometer seu orçamento e te levar a uma bola de neve financeira.
O ideal é utilizá-lo apenas em emergências reais e por um curto período de tempo.
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