UnionPay: a nova bandeira chega ao Brasil para competir com Visa e Mastercard

Com apoio da fintech brasileira Left, a maior bandeira de cartões do mundo inicia operação no Brasil ainda em 2025

Por: Pamela Gaudio em 30/07/2025
Tempo de Leitura: 3 minutos
UnionPay

Uma nova gigante está prestes a sacudir o mercado financeiro brasileiro. A UnionPay, maior bandeira de cartões do mundo, confirmou sua chegada ao país.

Com uma proposta que vai além da concorrência, a empresa quer trazer descentralização, inovação e impacto social.

A operação contará com apoio da fintech brasileira Left e começará ainda em 2025.

O que é a UnionPay e por que isso importa?

A UnionPay é uma administradora chinesa que já atua em mais de 180 países e domina cerca de 40% das transações globais com cartões de crédito.

Fundada na China, a empresa representa uma alternativa real às tradicionais bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Amex, especialmente em transações internacionais.

Sua chegada ao Brasil não só amplia a diversidade de opções para os consumidores, como também altera o jogo para os bancos e operadoras locais. É um movimento com peso econômico e geopolítico.

Parceria com a fintech brasileira Left

Para entrar no Brasil, a UnionPay firmou parceria com a fintech nacional Left (Liberdade Econômica em Fintech), que será responsável por emitir os cartões e fazer a integração com instituições financeiras, maquininhas e sistemas de pagamento.

A estratégia será gradual: a função crédito deve ser ativada apenas no final de 2025, mas a infraestrutura já está sendo construída para garantir uma adaptação eficiente ao mercado brasileiro.

Concorrência com Visa e Mastercard deve se acirrar

Hoje, Visa e Mastercard dominam as operações com cartões no Brasil. A entrada da UnionPay desafia esse duopólio e pode trazer efeitos positivos para o consumidor:

  • Menores taxas nas maquininhas e transações;
  • Mais inovação em soluções de pagamento;
  • Alternativas ao dólar em compras internacionais, por meio do sistema chinês CIPS, que dispensa o SWIFT ocidental;
  • Impacto social, com parte das transações revertidas a causas locais, segundo proposta da fintech parceira.

Um passo estratégico para o Brasil?

Especialistas apontam que a entrada da UnionPay pode reduzir a dependência cambial do país, já que a rede chinesa permite transações internacionais sem intermediação pelo dólar.

Isso se conecta a um cenário mais amplo de busca por autonomia financeira e tecnológica frente a sistemas dominados por empresas dos EUA.

Para José Kobori, professor e membro do conselho da Left, trata-se de um movimento com efeitos além do mercado financeiro:

“A entrada da UnionPay muda a lógica. Ela pode ser uma alternativa real, inclusive para transações internacionais que não precisam mais passar pelo dólar americano.”

O que esperar da UnionPay no Brasil?

  • Cartões com funcionalidades básicas já em fase de teste
  • Função crédito prevista para o final de 2025
  • Proposta focada em impacto social e descentralização
  • Possível redução de custos para lojistas e consumidores
  • Alternativa sólida para quem busca fugir do sistema financeiro tradicional

A chegada da UnionPay ao Brasil marca o início de uma nova fase para o setor de cartões.

Mais do que apenas uma nova bandeira, ela representa uma mudança de paradigma: mais diversidade, autonomia e concorrência em um mercado que por décadas esteve concentrado em poucas mãos.

Com consumidores cada vez mais exigentes e atentos ao valor das suas escolhas financeiras, a UnionPay surge como uma promessa de equilíbrio e inovação.