O que aconteceu com a VirtusPay? Saiba como funcionava e por que deu problema

O caso VirtusPay mostra os riscos de soluções fáceis demais — descubra como se prevenir

Por: Joyce em 08/05/2025
O que aconteceu com a VirtusPay? Saiba como funcionava e por que deu problema

Você já imaginou poder parcelar uma compra em até 15 vezes sem ter cartão de crédito? Essa era a promessa da VirtusPay, uma fintech que ganhou destaque no mercado por oferecer esse tipo de facilidade.

Mas a história, que começou com inovação, terminou com calotes, dívidas e milhares de clientes lesados.

Por isso, vamos explicar o que era a VirtusPay, como funcionava, o que deu errado e quais lições podemos tirar dessa história.

O que era a VirtusPay?

A VirtusPay surgiu como uma alternativa ao cartão de crédito.

A ideia era simples: permitir que pessoas parcelassem suas compras online via boleto bancário.

O serviço era voltado principalmente para quem não tinha acesso a crédito no banco ou queria fugir dos juros altos do cartão tradicional.

Como funcionava o serviço

  • O cliente fazia uma compra em uma loja parceira.
  • A VirtusPay pagava à vista para a loja e parcelava o valor com o consumidor via boletos mensais.
  • As taxas de juros variavam de 3,9% a 7,5% ao mês.
  • Era possível dividir em até 15 vezes.

Além disso, a VirtusPay usava os limites de crédito de cartões de terceiros para financiar essas compras.

Em troca, essas pessoas ganhavam recompensas, como milhas.

Quando começaram os problemas?

O modelo parecia promissor até que, em 2022, começaram os relatos de atrasos nos pagamentos feitos pela empresa para quem cedia seus cartões.

Com o tempo, ficou claro que a VirtusPay estava sem caixa para cumprir seus compromissos.

Outros fatores que levaram à crise:

  • Falta de regulação clara para esse tipo de operação.
  • Gestão inexperiente e sem planejamento para cenários de crise.
  • Alta dependência de terceiros para manter o funcionamento do serviço.

Segundo o Valor Investe, o calote ultrapassou R$ 17 milhões.

Centenas de investidores e consumidores ficaram sem receber, e a confiança na marca evaporou.

O que aconteceu com os clientes e investidores?

Milhares de pessoas ficaram no prejuízo. Muitos tinham valores altos parcelados em seus cartões e passaram a receber cobranças mesmo sem nunca ter feito a compra.

Clientes relataram o caso em massa no Reclame Aqui. A empresa está classificada como “Não Recomendada” e não possui o selo “RA Verificada”, indicando falta de verificação e confiança.

Das 16 reclamações registradas entre março e agosto de 2024, nenhuma foi respondida, e todas permanecem pendentes.

página de reclamações sobre virtuspay reclame aqui

Os principais problemas relatados incluem:

  • Falta de pagamento das faturas do cartão de crédito

Consumidores relatam que a VirtusPay não está pagando as faturas dos cartões conforme prometido no contrato de cessão de limite.

Isso resultou em inadimplência, cobrança de juros e negativação dos nomes nos órgãos de crédito.

  • Desaparecimento da empresa / falta de contato

Reclamações mencionam que a empresa parou de responder mensagens, e-mails e chamadas após junho/julho de 2022.

Clientes relatam que estão “sem resposta há meses”.

  • Suspensão de pagamentos sem aviso prévio

Muitos usuários disseram que a VirtusPay interrompeu os pagamentos das faturas sem qualquer comunicação oficial.

Alguns relataram perda de milhas acumuladas nos cartões, além de danos ao score de crédito.

  • Propaganda enganosa

Há queixas de que a empresa fez promessas não cumpridas sobre prazos de pagamento, recompensas (como cashback ou milhas), e segurança da operação.

  • Problemas com reembolso e estorno

Clientes que tentaram cancelar a operação ou buscar ressarcimento alegam não conseguir recuperar valores cedidos.

A VirtusPay foi processada?

Sim. O Ministério Público da Bahia abriu uma ação civil pública contra a fintech por prática abusiva e omissão.

Muitos consumidores entraram com processos individuais para tentar reaver os valores pagos.

A VirtusPay ainda existe?

A empresa não declarou falência formalmente, mas saiu do mercado e deixou de operar com o modelo antigo.

Em 2023, o CEO chegou a prometer reestruturação com uso de capital próprio, mas não houve mais atualizações públicas desde então.

O que podemos aprender com esse caso

Esse tipo de situação serve de alerta para consumidores e investidores terem cuidado com golpes.

Antes de aderir a soluções financeiras inovadoras, é fundamental:

  • Pesquisar a saúde financeira da empresa.
  • Entender os riscos do modelo de negócio.
  • Verificar se há regulação do Banco Central.
  • Consultar plataformas como o Reclame Aqui antes de contratar.

E nunca compartilhe seu cartão com terceiros ou aceite propostas “milagrosas” sem entender todos os riscos envolvidos!

O caso da VirtusPay é um exemplo clássico de como uma ideia inovadora pode desmoronar sem uma base sólida.

Prometer facilidade é fácil — entregar com responsabilidade é outra história!

Se você pensa em usar serviços financeiros alternativos, o segredo está na pesquisa e na precaução.

Não entre em furadas por impulso!

Perguntas frequentes sobre a VirtusPay

A VirtusPay faliu?

Formalmente, não. Mas deixou de operar e não retomou as atividades até hoje.

Posso recuperar meu dinheiro?

Quem foi lesado pode recorrer à Justiça. Muitos consumidores estão sendo representados por ações coletivas.

A VirtusPay era legal?

Sim, era uma empresa registrada. Porém, atuava num modelo pouco regulado, o que aumentava os riscos.

Como evitar cair em armadilhas semelhantes?

Sempre pesquise a empresa, leia avaliações, veja se é fiscalizada por órgãos como o Banco Central e, se possível, use soluções já consolidadas no mercado.