A forma como funciona o pagamento das férias ainda gera muitas dúvidas entre trabalhadores, especialmente entre quem está começando a vida profissional.
E como o Plusdin é um portal que preza pela educação financeira acessível, este conteúdo explica tudo de maneira simples, clara e prática, para que você saiba exatamente o que esperar quando chegar o seu descanso anual.
O que são férias e por que o pagamento é diferente do salário comum
As férias são um direito garantido pela CLT e existem para que o trabalhador possa descansar depois de completar o chamado período aquisitivo, que corresponde aos 12 meses trabalhados.
Quando chega o momento de tirar férias, o valor pago é diferente do salário mensal justamente porque inclui o adicional de 1/3 constitucional, uma forma de garantir mais tranquilidade financeira durante o descanso.
Esse pagamento também é uma forma de reconhecer a importância do descanso para a saúde, produtividade e qualidade de vida.
Além disso, é um dos direitos que ajudam o trabalhador a se planejar com mais segurança, especialmente se estiver organizando viagens, reformas, quitação de dívidas ou até mesmo poupando para emergências.
Como funciona o pagamento das férias na prática
Na prática, o processo é bem simples: o trabalhador completa 12 meses, o empregador concede o período de férias e realiza o pagamento antes do início do descanso.
O prazo é importante: o pagamento deve ser feito até dois dias antes da data de início das férias. Isso evita que o trabalhador comece seu período de descanso sem dinheiro disponível.
A empresa também precisa informar o período de férias com antecedência – normalmente 30 dias –, garantindo que o funcionário possa se organizar.
Muitos trabalhadores usam esse tempo para ajustar orçamento, viajar, fazer cursos ou simplesmente descansar.
Com a Reforma Trabalhista, surgiram flexibilizações que facilitaram a vida de empregadores e empregados, como a possibilidade de dividir o período de férias em até três partes.
Isso não muda a remuneração em si, mas altera como o descanso é distribuído ao longo do ano.
Como calcular o pagamento das férias: passo a passo
Saber calcular o valor de férias é essencial para evitar surpresas. O cálculo segue algumas regras claras, e entendê-las ajuda na organização financeira.
Primeiro, considera-se o salário base. Em seguida, verificam-se os adicionais que fazem parte da remuneração:
- horas extras;
- comissões;
- adicional de insalubridade ou periculosidade;
- gratificações fixas.
Quando o trabalhador recebe valores variáveis, costuma-se utilizar uma média dos últimos meses para chegar a um valor justo.
Depois disso, soma-se o adicional de 1/3, que aumenta significativamente o pagamento final.
O resultado é a remuneração total que será depositada antes do início das férias.
Esse cálculo não precisa ser decorado, mas entender a lógica evita erros e permite que o trabalhador questione inconsistências com segurança.
O que muda quando há férias proporcionais
As férias proporcionais entram em cena quando o trabalhador ainda não completou 12 meses no emprego ou quando há desligamento da empresa.
Nesse caso, o cálculo considera quantos meses foram trabalhados no período aquisitivo.
Se o trabalhador é demitido sem justa causa ou pede demissão, ele tem direito a receber os dias proporcionais de férias, sempre com o adicional de 1/3.
No caso de férias proporcionais concedidas antes da conclusão do período aquisitivo – algo permitido em algumas situações internas das empresas –, o pagamento também é proporcional, mas o período aquisitivo seguinte começa a contar a partir do retorno do empregado.
Pode vender férias? Como fica o pagamento do abono pecuniário

A famosa “venda das férias” nada mais é do que o abono pecuniário, onde o trabalhador escolhe converter até 1/3 das férias (geralmente 10 dias) em dinheiro.
O pagamento desses dias vendidos é adicional ao valor das férias, sem direito ao 1/3 constitucional sobre os dias convertidos.
Para solicitar esse benefício, o trabalhador precisa comunicar a empresa dentro do prazo interno estabelecido, que costuma ser até dois meses antes do período de férias.
Vender férias pode ser vantajoso em momentos de aperto financeiro ou para quem está planejando um grande gasto.
Porém, também reduz o tempo de descanso, o que exige uma análise cuidadosa por parte do trabalhador.
Por isso é tão importante saber como funciona o pagamento das férias.
Férias fracionadas: como fica o pagamento em cada período
Com a Reforma Trabalhista, tornou-se possível dividir as férias em até três períodos. Essa divisão precisa seguir regras: um período deve ter pelo menos 14 dias consecutivos, enquanto os demais não podem ter menos de cinco dias.
O pagamento funciona exatamente da mesma forma: salário mais 1/3, quitado antes do início de cada período fracionado.
Essa modalidade é uma ótima alternativa para quem prefere descansar mais vezes ao longo do ano ou precisa conciliar férias com calendário escolar, viagens ou compromissos pessoais.
Descontos no pagamento das férias: o que realmente pode ser cobrado
Muita gente se surpreende ao ver descontos no valor recebido de férias, mas eles fazem parte das regras trabalhistas.
Entre os descontos mais comuns estão:
- INSS;
- IRRF, quando aplicável;
- descontos por faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo;
- adiantamentos feitos pela empresa ao trabalhador.
Um ponto importante é que FGTS não é descontado do pagamento, pois é uma contribuição patronal.
No entanto, o valor das férias integra a base de cálculo do FGTS, ou seja, a empresa deposita o valor correto na conta do trabalhador.
O que acontece se a empresa atrasar ou errar o pagamento das férias
Quando a empresa não cumpre o prazo legal ou comete erros no cálculo, existem consequências. Em muitos casos, atrasos podem gerar compensações e até pagamento em dobro do período de férias.
Para o trabalhador, é fundamental observar datas e valores. Caso perceba algum erro, o ideal é procurar o setor de Recursos Humanos, registrar a inconsistência e solicitar correção.
Caso não seja resolvido internamente, é possível buscar suporte especializado, sempre tomando cuidado para não criar conflitos desnecessários.
O importante é lembrar que conhecer como funciona o pagamento das férias é uma forma de proteger sua saúde financeira.
Perguntas frequentes sobre pagamento das férias
1. Quando as férias devem ser pagas?
Até dois dias antes do início do período de descanso, sem exceção.
2. O adicional de 1/3 é obrigatório para todo trabalhador?
Sim. Todo empregado com carteira assinada tem direito ao adicional constitucional.
3. Quem recebe salário variável tem cálculo diferente?
Sim. Nesse caso, usa-se a média dos últimos meses para calcular a remuneração das férias.
4. A empresa pode pagar as férias depois que o trabalhador já saiu para descansar?
Não. O pagamento deve ser antecipado. Caso isso aconteça, é possível solicitar correção.
5. É possível vender parte das férias todos os anos?
Sim, desde que não ultrapasse 1/3 do período total, e que o trabalhador comunique dentro do prazo.
Entenda seus direitos e receba suas férias corretamente
Saber exatamente como funciona o pagamento das férias é uma forma de evitar erros, fortalecer a organização financeira e garantir que você receba o que é seu por direito.
Com esse conhecimento, fica mais fácil se planejar, usar o dinheiro de maneira estratégica e aproveitar esse período da forma que você realmente merece.
No Plusdin, reforçamos a importância da educação financeira como ferramenta de autonomia.
Quanto mais você entende seus direitos, melhor consegue equilibrar orçamento, tomar decisões e evitar prejuízos no dia a dia.




