Agora você pode usar o mesmo imóvel como garantia em mais de um financiamento

Regra do CMN pode facilitar o acesso ao crédito, mas exige cuidado para evitar endividamento

Por: Pamela Gaudio em 10/03/2025
imóvel como garantia

Se você já precisou de um financiamento ou pensou em usar um imóvel como garantia para um empréstimo, temos uma novidade importante: agora é possível utilizar o mesmo imóvel para mais de um financiamento ao mesmo tempo.

Essa mudança foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pode aumentar o acesso ao crédito no Brasil. Mas, como toda novidade financeira, ela também traz alguns desafios e riscos que precisam ser bem compreendidos.

Como era antes?

Até pouco tempo, se uma pessoa usasse um imóvel como garantia para um financiamento ou empréstimo, esse imóvel ficava totalmente vinculado àquela única operação.

Isso significava que, mesmo que o financiamento fosse pequeno e sobrasse um “espaço” no valor do imóvel, ele não poderia ser reutilizado para garantir outro empréstimo.

Por exemplo: imagine que você tem um imóvel avaliado em R$500 mil e faz um financiamento ou empréstimo que usa esse imóvel como garantia para um empréstimo de R$200 mil.

Mesmo que o valor total do imóvel fosse muito maior do que a dívida, você não podia utilizá-lo para garantir um novo financiamento.

O que mudou?

Agora, com a nova regra do CMN, é possível dividir esse mesmo imóvel como garantia em mais de uma operação de crédito, desde que os valores somados dos financiamentos não ultrapassem o limite máximo definido pelo banco.

Isso significa que, se você usou seu imóvel de R$500 mil como garantia para um financiamento de R$200 mil, ainda poderia usar os R$300 mil restantes para um outro empréstimo, desde que as regras do banco permitam.

Essa mudança pode ser vantajosa para quem precisa de crédito e não quer ou não pode oferecer outro bem como garantia.

Quais são as vantagens dessa novidade?

Mais acesso ao crédito: pessoas que antes estavam limitadas a um único financiamento podem conseguir novos empréstimos com juros mais baixos, pois os bancos consideram essa modalidade de crédito menos arriscada.

Uso mais eficiente do patrimônio: em vez de um imóvel inteiro ficar “preso” a um único financiamento, agora ele pode garantir mais de uma operação.

Mais flexibilidade para o tomador de crédito: como os bancos podem oferecer financiamentos com condições diferentes, o consumidor pode buscar opções que melhor atendam às suas necessidades.

Quais são os riscos e cuidados?

Apesar das vantagens, essa novidade também pode gerar riscos, principalmente para quem não planeja bem suas finanças.

Endividamento excessivo: ter a possibilidade de contratar mais de um financiamento pode levar muitas pessoas a assumirem dívidas maiores do que podem pagar.

Possibilidade de perder o imóvel: se os pagamentos dos empréstimos não forem feitos corretamente, o imóvel pode ser tomado pelo banco, já que foi colocado como garantia.

Condições diferentes para cada financiamento: como cada banco pode oferecer regras próprias para esse tipo de operação, é fundamental ler os contratos com atenção e entender todas as taxas envolvidas.

Como evitar problemas ao usar um imóvel como garantia?

Planeje-se antes de contratar um financiamento: analise sua capacidade de pagamento e tenha certeza de que conseguirá arcar com os valores das parcelas.

Compare as condições oferecidas pelos bancos: cada instituição financeira pode ter suas próprias regras, então vale a pena pesquisar antes de fechar negócio.

Não confie apenas no limite disponível: só porque o banco permite que você use o mesmo imóvel como garantia em mais de um empréstimo, não significa que seja uma boa ideia pegar mais crédito do que realmente precisa.

Acompanhe suas dívidas e prazos: ter mais de um financiamento vinculado ao mesmo imóvel exige organização para evitar atrasos e juros altos.

A possibilidade de usar o mesmo imóvel como garantia para mais de um financiamento pode ser uma ótima alternativa para quem precisa de crédito, mas também exige planejamento e responsabilidade.

Se usada de forma consciente, essa nova regra pode tornar o crédito mais acessível e barato para muita gente. Mas, se não for bem administrada, pode levar ao superendividamento e até à perda do imóvel.

Por isso, antes de tomar qualquer decisão financeira, pesquise, faça as contas e escolha com cautela!