As altas taxas de juros dessa modalidade fazem com que pequenas dívidas cresçam rapidamente, comprometendo o orçamento mensal e levando muitos consumidores ao endividamento.
Para quem já está com a conta no vermelho, uma alternativa é parcelar o cheque especial.
Essa opção permite renegociar o débito com o banco, transformando-o em um contrato com juros menores e prazos definidos para pagamento.
Mas antes de optar por essa solução, é importante entender como ela funciona e se realmente é vantajosa.
O que é cheque especial
O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada vinculada à conta corrente.
Ele funciona como um limite adicional: quando o saldo chega a zero, o banco cobre automaticamente os valores gastos seja em compras, transferências, boletos ou saques.
Por essa facilidade, deve ser usado apenas em emergências e por pouco tempo, já que os juros são altos e incidem enquanto a conta permanecer negativa.
Como funciona cheque especial
Ao utilizar o limite, a conta fica “negativa” e os juros são cobrados diariamente sobre o valor usado e pelo período de utilização.
Quando há depósito, o banco prioriza a quitação do saldo negativo com os encargos.
Permanecer muito tempo no vermelho aumenta a dívida e pode levar à inadimplência.
Quais são os juros cobrados no cheque especial
O cheque especial está entre as modalidades com juros mais altos. Pelas regras vigentes, as instituições podem cobrar até 8% ao mês sobre o valor utilizado.
Alguns bancos oferecem taxas menores conforme o relacionamento (salário na instituição, investimentos como garantia etc.), mas ainda assim é um crédito caro frente a um empréstimo pessoal ou consignado.
Abaixo está uma comparação das principais instituições financeiras:
Instituição financeira | Taxa mensal (%) | Taxa anual aproximada (%) | Observações |
---|---|---|---|
Banco Central (teto regulatório) | 8,0% | ≈ 151,8% | Limite máximo permitido pela Resolução CMN nº 4.765/2019. |
Caixa Econômica Federal | 4,9% a 7,9% | ≈ 77% a 150% | Taxas variam conforme o relacionamento (salário na Caixa, investimentos, etc.). |
Banco do Brasil | 6,0% a 7,8% | ≈ 101% a 147% | Condições melhores para clientes com débito automático e bom histórico. |
Bradesco | 7,5% | ≈ 139% | Pode oferecer reduções para clientes premium. |
Itaú Unibanco | 6,9% | ≈ 123% | Clientes que recebem salário no banco costumam ter taxas menores. |
Santander | 7,2% | ≈ 130% | Costuma oferecer renegociação após 30 dias de saldo negativo. |
É possível parcelar cheque especial?
Sim. O parcelamento é uma renegociação do saldo devedor.
Se o cliente ficar por 30 dias com dívida superior a 15% do limite total, o banco deve oferecer opção com juros mais baixos, como o parcelamento.
Como funciona o parcelamento do cheque especial
O parcelamento transforma o saldo devedor do cheque especial em um novo contrato de crédito, com taxa de juros reduzida e um número definido de parcelas.
Veja como funciona na prática:
- O parcelamento é oferecido para dívidas a partir de R$ 200.
- O cliente negocia diretamente com o banco, que formaliza um novo contrato.
- O prazo de pagamento pode chegar a 36 meses, dependendo da instituição.
- Os juros são menores que os do cheque especial convencional.
- As parcelas são pagas mensalmente, como um empréstimo comum.
Após o parcelamento, o limite do cheque especial pode ser reduzido ou suspenso, até que as parcelas sejam quitadas.
Alguns bancos permitem a recuperação gradual do limite, conforme os pagamentos são feitos em dia.
Como pagar parcela do cheque especial?
Depois de parcelar a dívida, o cheque especial passa a ser tratado como um novo contrato de crédito.
As parcelas devem ser pagas mensalmente, geralmente por débito automático na conta corrente ou por boleto bancário enviado pelo banco.
É importante acompanhar as datas e manter saldo suficiente na conta para evitar atrasos, pois o não pagamento das parcelas pode gerar juros adicionais e até novas restrições no CPF.
Perguntas frequentes
Quanto tempo posso ficar devendo o cheque especial?
Não há prazo máximo, mas depois de 30 dias com saldo devedor acima de 15% do limite, o banco deve oferecer alternativa com juros menores (como o parcelamento).
Quanto custa 1.000 reais no cheque especial?
Considerando a taxa máxima de 8% ao mês, R$ 1.000 viram aproximadamente R$ 1.080 após 30 dias e o valor segue crescendo enquanto houver uso do limite.
É melhor parcelar a fatura ou usar o cheque especial?
Depende das taxas. Em geral, parcelar a fatura (ou contratar empréstimo pessoal) costuma ter juros menores do que manter a dívida no cheque especial. Compare sempre o CET das opções.
Quantas vezes o banco tenta compensar um cheque sem fundo?
Duas vezes. Se não houver saldo nas duas tentativas, o cheque é devolvido definitivamente e o nome pode ir para o CCF do Banco Central.
Quanto tempo o cheque fica bloqueado na conta?
De 1 a 3 dias úteis, até a compensação. Se for devolvido, o valor não é creditado.
Como posso resolver um cheque sem fundo perdido?
Pague o valor diretamente ao beneficiário e peça um comprovante. Depois, leve ao banco para retirar seu nome do CCF.
Qual o valor da multa por cheque devolvido?
Multa de até 2% sobre o valor do cheque, mais 1% de juros ao mês e possíveis taxas bancárias.
Vale a pena parcelar o cheque especial?
Sim, na maioria dos casos em que a taxa do parcelamento é menor do que a do cheque especial e as parcelas cabem no orçamento.
O parcelamento do cheque especial ajuda a interromper o ciclo de juros elevados e dá previsibilidade ao pagamento.
Antes de fechar, avalie alternativas como empréstimo pessoal/consignado e compare o CET de cada proposta.
Feito o acordo, mantenha as parcelas em dia e evite voltar ao limite para não reativar o problema.