Parcelamento do cheque especial: como funciona e quando vale a pena

Entenda como o parcelamento do cheque especial pode ajudar a reorganizar suas finanças e sair do vermelho

Por: Joyce em 13/10/2025
Parcelamento do cheque especial
Parcelamento do cheque especial é uma alternativa cada vez mais procurada por quem precisa reorganizar as finanças.O cheque especial é um tipo de crédito prático e rápido, mas que pode se tornar uma armadilha financeira se for usado com frequência.

As altas taxas de juros dessa modalidade fazem com que pequenas dívidas cresçam rapidamente, comprometendo o orçamento mensal e levando muitos consumidores ao endividamento.

Para quem já está com a conta no vermelho, uma alternativa é parcelar o cheque especial.

Essa opção permite renegociar o débito com o banco, transformando-o em um contrato com juros menores e prazos definidos para pagamento.

Mas antes de optar por essa solução, é importante entender como ela funciona e se realmente é vantajosa.

O que é cheque especial

O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada vinculada à conta corrente.

Ele funciona como um limite adicional: quando o saldo chega a zero, o banco cobre automaticamente os valores gastos seja em compras, transferências, boletos ou saques.

Por essa facilidade, deve ser usado apenas em emergências e por pouco tempo, já que os juros são altos e incidem enquanto a conta permanecer negativa.

Como funciona cheque especial

Ao utilizar o limite, a conta fica “negativa” e os juros são cobrados diariamente sobre o valor usado e pelo período de utilização.

Quando há depósito, o banco prioriza a quitação do saldo negativo com os encargos.

Permanecer muito tempo no vermelho aumenta a dívida e pode levar à inadimplência.

Quais são os juros cobrados no cheque especial

O cheque especial está entre as modalidades com juros mais altos. Pelas regras vigentes, as instituições podem cobrar até 8% ao mês sobre o valor utilizado.

Alguns bancos oferecem taxas menores conforme o relacionamento (salário na instituição, investimentos como garantia etc.), mas ainda assim é um crédito caro frente a um empréstimo pessoal ou consignado.

Abaixo está uma comparação das principais instituições financeiras:

Instituição financeira Taxa mensal (%) Taxa anual aproximada (%) Observações
Banco Central (teto regulatório) 8,0% ≈ 151,8% Limite máximo permitido pela Resolução CMN nº 4.765/2019.
Caixa Econômica Federal 4,9% a 7,9% ≈ 77% a 150% Taxas variam conforme o relacionamento (salário na Caixa, investimentos, etc.).
Banco do Brasil 6,0% a 7,8% ≈ 101% a 147% Condições melhores para clientes com débito automático e bom histórico.
Bradesco 7,5% ≈ 139% Pode oferecer reduções para clientes premium.
Itaú Unibanco 6,9% ≈ 123% Clientes que recebem salário no banco costumam ter taxas menores.
Santander 7,2% ≈ 130% Costuma oferecer renegociação após 30 dias de saldo negativo.

É possível parcelar cheque especial?

Sim. O parcelamento é uma renegociação do saldo devedor.

Se o cliente ficar por 30 dias com dívida superior a 15% do limite total, o banco deve oferecer opção com juros mais baixos, como o parcelamento.

Como funciona o parcelamento do cheque especial

O parcelamento transforma o saldo devedor do cheque especial em um novo contrato de crédito, com taxa de juros reduzida e um número definido de parcelas.

Veja como funciona na prática:

  • O parcelamento é oferecido para dívidas a partir de R$ 200.
  • O cliente negocia diretamente com o banco, que formaliza um novo contrato.
  • O prazo de pagamento pode chegar a 36 meses, dependendo da instituição.
  • Os juros são menores que os do cheque especial convencional.
  • As parcelas são pagas mensalmente, como um empréstimo comum.

Após o parcelamento, o limite do cheque especial pode ser reduzido ou suspenso, até que as parcelas sejam quitadas.

Alguns bancos permitem a recuperação gradual do limite, conforme os pagamentos são feitos em dia.

Como pagar parcela do cheque especial?

Depois de parcelar a dívida, o cheque especial passa a ser tratado como um novo contrato de crédito.

As parcelas devem ser pagas mensalmente, geralmente por débito automático na conta corrente ou por boleto bancário enviado pelo banco.

É importante acompanhar as datas e manter saldo suficiente na conta para evitar atrasos, pois o não pagamento das parcelas pode gerar juros adicionais e até novas restrições no CPF.

Perguntas frequentes

Quanto tempo posso ficar devendo o cheque especial?

Não há prazo máximo, mas depois de 30 dias com saldo devedor acima de 15% do limite, o banco deve oferecer alternativa com juros menores (como o parcelamento).

Quanto custa 1.000 reais no cheque especial?

Considerando a taxa máxima de 8% ao mês, R$ 1.000 viram aproximadamente R$ 1.080 após 30 dias e o valor segue crescendo enquanto houver uso do limite.

É melhor parcelar a fatura ou usar o cheque especial?

Depende das taxas. Em geral, parcelar a fatura (ou contratar empréstimo pessoal) costuma ter juros menores do que manter a dívida no cheque especial. Compare sempre o CET das opções.

Quantas vezes o banco tenta compensar um cheque sem fundo?

Duas vezes. Se não houver saldo nas duas tentativas, o cheque é devolvido definitivamente e o nome pode ir para o CCF do Banco Central.

Quanto tempo o cheque fica bloqueado na conta?

De 1 a 3 dias úteis, até a compensação. Se for devolvido, o valor não é creditado.

Como posso resolver um cheque sem fundo perdido?

Pague o valor diretamente ao beneficiário e peça um comprovante. Depois, leve ao banco para retirar seu nome do CCF.

 Qual o valor da multa por cheque devolvido?

Multa de até 2% sobre o valor do cheque, mais 1% de juros ao mês e possíveis taxas bancárias.

Vale a pena parcelar o cheque especial?

Sim, na maioria dos casos em que a taxa do parcelamento é menor do que a do cheque especial e as parcelas cabem no orçamento.

O parcelamento do cheque especial ajuda a interromper o ciclo de juros elevados e dá previsibilidade ao pagamento.

Antes de fechar, avalie alternativas como empréstimo pessoal/consignado e compare o CET de cada proposta.

Feito o acordo, mantenha as parcelas em dia e evite voltar ao limite para não reativar o problema.