Sociedade de empréstimo entre pessoas: o que é, como funciona e quem pode participar

Por: Pamela Gaudio em 23/09/2025
mulher apertando a mão de alguém em uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas

Precisando de um dinheiro extra? Muitas pessoas procuram por empréstimos, seja para abrir um negócio, comprar uma casa, um carro ou até mesmo quitar uma dívida.

Independente do motivo do empréstimo, ele ajuda muitas pessoas e pode ser a solução para os problemas. Porém, com a ampla oferta de empréstimos no mercado, fica difícil escolher qual é a melhor opção. 

Os empréstimos geralmente são feitos nos bancos ou financeiras. Apesar da modalidade de empréstimo consignado e empréstimo pessoal serem bem conhecidas, existem outras linhas de crédito que estão se expandindo no mercado. Uma dessas modalidades é a Sociedade de Empréstimo entre pessoas.

De forma básica, a SEP, como também é conhecida, é quando uma pessoa física empresta dinheiro para outra.

Mas calma, gente! Não estamos falando de agiotagem, não. Vamos explicar certinho como a Sociedade de Empréstimo entre pessoas funciona no post abaixo.

O que é sociedade de empréstimo entre pessoas?

A Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) é uma modalidade de crédito em que uma pessoa empresta dinheiro para outra por meio de plataformas digitais.

De acordo com a Resolução n. 4.656/2018 do Banco Central e posteriores atualizações do Conselho Monetário Nacional (CMN), a SEP é uma instituição financeira formalmente reconhecida.

Para operar, precisa de autorização prévia do Banco Central, constituir-se como sociedade anônima (S.A.) e manter um capital social mínimo de R$ 1 milhão.

Esse modelo, também conhecido como empréstimo P2P ou peer-to-peer lending, é regulamentado pelo Banco Central e surgiu como alternativa aos bancos tradicionais.

As fintechs de crédito são as responsáveis por intermediar a operação: conectam quem precisa de empréstimo a investidores dispostos a aplicar seu capital.

Elas cuidam da análise de crédito, elaboram contratos e definem taxas, garantindo mais segurança para ambas as partes.

Como a SEP funciona na prática

O funcionamento da Sociedade de Empréstimo entre Pessoas é simples e envolve três participantes principais:

  • Tomador: solicita o empréstimo pela plataforma digital;
  • Investidor: aplica seu dinheiro em operações de crédito, buscando rentabilidade;
  • Fintech (plataforma): intermedeia o processo, avalia risco de crédito, gera contratos e administra pagamentos.

Para o tomador de crédito

O processo é 100% online e segue este fluxo:

  1. cadastro na fintech autorizada;
  2. envio de dados e documentos;
  3. análise de crédito pela plataforma;
  4. aprovação e assinatura digital do contrato;
  5. liberação do dinheiro em conta.

O tomador deve comparar diferentes ofertas, observando principalmente o CET (Custo Efetivo Total), que inclui juros, tarifas e encargos.

Para a fintech

A fintech atua como intermediária, não utiliza recursos próprios e precisa ser autorizada pelo Banco Central para operar.

Além de conectar investidores e clientes, deve seguir normas de compliance, segurança cibernética e prevenção à lavagem de dinheiro (PLD/CFT).

Para o investidor

O investidor analisa os pedidos disponíveis, seleciona aqueles que deseja financiar e recebe retorno conforme as parcelas são pagas.

É possível diversificar em várias operações, reduzindo o risco de inadimplência.

Diferenças entre SEP, SCD, ESC e SCFI

Para entender melhor o papel da SEP, é importante compará-la com outros modelos de crédito:

  • SCD (Sociedade de Crédito Direto): concede crédito com recursos próprios;
  • SEP (Sociedade de Empréstimo entre Pessoas): conecta investidores e tomadores, utilizando capital de terceiros;
  • ESC (Empresa Simples de Crédito): empresta apenas para MEI, micro e pequenas empresas, usando capital próprio;
  • SCFI (Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento): conhecidas como “financeiras”, oferecem crédito tradicional com captação de recursos.

A SEP se diferencia por democratizar o acesso ao crédito e permitir que qualquer investidor participe do processo.

Limites e custos dessa modalidade

O Conselho Monetário Nacional estabelece que o limite máximo é de R$ 15 mil por operação.

Esse teto pode parecer baixo, mas é suficiente para atender necessidades de curto prazo, como quitar dívidas ou investir em um pequeno negócio.

Além disso, os empréstimos estão sujeitos a:

  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
  • CET (Custo Efetivo Total), que deve ser comparado em cada plataforma.

Vantagens e desvantagens da SEP

Vantagens

  • crédito acessível e menos burocrático;
  • taxas geralmente menores que em bancos;
  • incentivo à inclusão financeira e ao empreendedorismo;
  • retorno atrativo para investidores;
  • maior transparência no processo.

Desvantagens

  • limite de até R$ 15 mil por operação;
  • risco de inadimplência para investidores;
  • necessidade de verificar se a fintech é autorizada pelo Banco Central.

É seguro contratar uma SEP?

Sim, desde que a operação seja feita em plataformas autorizadas.

A Sociedade de Empréstimo entre Pessoas é regulamentada pelo Banco Central e deve seguir normas do Conselho Monetário Nacional.

Como conferir se a fintech é autorizada

  1. Acesse o site oficial do Banco Central (bcb.gov.br).
  2. Procure a instituição na lista de autorizadas.
  3. Verifique se aparece como “Sociedade de Empréstimo entre Pessoas”.

Essa checagem é essencial para evitar golpes e garantir a segurança da transação.

Perguntas frequentes sobre Sociedade de Empréstimo entre Pessoas

SEP é agiotagem?

Não. A SEP é regulamentada pelo Banco Central, enquanto a agiotagem é ilegal.

Quanto posso solicitar?

O limite é de R$ 15 mil por operação, conforme o Conselho Monetário Nacional.

Quem pode participar?

Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem solicitar empréstimos. Investidores também podem ser pessoas físicas ou jurídicas.

Quais documentos são exigidos?

Normalmente RG, CPF, comprovante de renda e de endereço, além de informações adicionais solicitadas pela fintech.

O que acontece se o tomador não pagar?

A fintech realiza a cobrança, pode negativar o CPF do tomador e repassar perdas ao investidor, conforme previsto em contrato.

Vale a pena usar a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas?

A Sociedade de Empréstimo entre Pessoas é uma alternativa moderna ao crédito tradicional.

Para tomadores, significa acesso mais rápido e taxas competitivas. Para investidores, representa uma oportunidade de diversificação e bons retornos.

Antes de contratar, é essencial:

  • verificar se a fintech é autorizada pelo Banco Central;
  • comparar CET e prazos em diferentes plataformas;
  • avaliar riscos de inadimplência e proteção de dados.

Com esses cuidados, a SEP pode ser uma opção vantajosa para quem busca crédito ou deseja investir de forma inovadora.

Leia também: Como solicitar um empréstimo com garantia de investimento

Por que considerar a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas

A Sociedade de Empréstimo entre Pessoas vem se consolidando como uma alternativa moderna e acessível ao crédito tradicional.

Ela conecta quem precisa de dinheiro a investidores que desejam rentabilidade, de forma digital, transparente e segura.

Seja para quitar dívidas, investir em um projeto pessoal ou diversificar sua carteira, essa modalidade pode ser uma boa opção.

O ponto-chave é sempre escolher plataformas autorizadas pelo Banco Central, comparar condições e avaliar se o empréstimo se encaixa na sua realidade financeira.

Aqui no Plusdin, nosso objetivo é simplificar o mundo das finanças e mostrar que todos podem tomar decisões mais conscientes quando o assunto é dinheiro.

E você, gostou de aprender mais sobre a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas?

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