Como calcular a parcela ideal do empréstimo e manter seu orçamento equilibrado

Aprenda a encontrar o valor certo da parcela sem comprometer suas finanças e descubra como planejar o crédito de forma inteligente

Por: Pamela Gaudio em 10/12/2025
Tempo de Leitura: 7 minutos
pessoa usando a calculadora e descobrindo como calcular a parcela ideal do empréstimo sem comprometer o orçamento

Como calcular a parcela ideal do empréstimo sem comprometer o orçamento?

Pegar um empréstimo pode ser a solução para resolver um problema ou realizar um sonho, mas é importante tomar cuidado para não comprometer o seu orçamento e acabar em uma situação complicada.

Aqui vamos te mostrar como fazer isso de forma simples, sem complicação. Boa leitura! 

Por onde começar: conheça seu orçamento de verdade

Antes de pensar no valor do empréstimo, o primeiro passo é entender como está sua situação financeira hoje. Pegue papel e caneta (ou uma planilha) e anote:

  • Sua renda líquida: quanto realmente entra na sua conta, já descontando impostos e contribuições.
  • Despesas fixas: moradia, alimentação, transporte, escola, internet e outras contas que não podem ser cortadas.
  • Despesas variáveis: lazer, compras eventuais e gastos extras do mês.

Agora vem a parte mais importante: quanto sobra. É desse valor que sairá a parcela do empréstimo – e ela não deve ultrapassar 30% da sua renda líquida.

Por exemplo: se você ganha R$ 2.000, a soma das parcelas de empréstimos não deve passar de R$ 600.

Essa regra serve para deixar margem no orçamento para emergências e evitar o endividamento.

O que é a margem consignável (e por que ela importa)

Se o empréstimo for consignado, ou seja, com desconto direto no salário ou benefício, existe um limite legal chamado margem consignável.

Por lei, você só pode comprometer até 35% da renda líquida, sendo:

  • 30% para parcelas de empréstimo consignado;
  • 5% exclusivos para cartão consignado.

Imagine que você receba R$ 3.000 por mês:

  • até R$ 900 podem ser usados em parcelas de empréstimos;
  • e mais R$ 150, no cartão consignado.

Essa limitação é uma forma de proteção. Mesmo que você queira contratar um valor maior, a parcela ideal do empréstimo não pode ultrapassar essa margem.

Além disso, o consignado costuma ter taxas de juros menores, já que o banco tem mais segurança no recebimento.

Como calcular a parcela ideal do empréstimo na prática

Na hora de fazer as contas, o segredo é planejar com base em números reais. O cálculo da parcela de um empréstimo leva em conta quatro fatores:

  1. Valor solicitado (principal): o total que você quer pegar emprestado.
  2. Taxa de juros: o percentual cobrado mensalmente.
  3. Prazo de pagamento: número de parcelas que você escolhe.
  4. Sistema de amortização: define se as parcelas são fixas ou decrescentes.

A fórmula mais usada é a do Sistema Price, em que as parcelas são fixas.

Mas há também o SAC (Sistema de Amortização Constante), com parcelas que diminuem ao longo do tempo.

Para simplificar, veja um exemplo no sistema Price:

  • Valor do empréstimo: R$ 10.000
  • Juros: 1,5% ao mês
  • Prazo: 24 meses

A parcela aproximada será de R$ 490.

Ou seja, ao final, você pagará cerca de R$ 11.760 no total.

Se sua renda líquida for R$ 2.000, esse valor está dentro do limite recomendado de 30% (R$ 600).

Mas o ideal é sempre deixar uma folga – o melhor empréstimo é aquele que não aperta o orçamento.

Dicas práticas para evitar problemas

  1. Não comprometa todo o seu orçamento: mesmo que a margem permitida seja de 30% ou 35%, tente manter as parcelas em um valor mais baixo, se possível. Isso dá mais flexibilidade em caso de emergências.
  2. Evite prazos muito longos: apesar de parcelas menores parecerem atraentes, quanto maior o prazo, mais você paga em juros. Sempre que possível, opte por um prazo mais curto.
  3. Pesquise antes de fechar: as taxas de juros podem variar muito entre bancos e financeiras. Use comparadores online ou simuladores para encontrar a melhor opção.
  4. Reveja suas despesas: antes de assumir um empréstimo, avalie se há gastos que podem ser reduzidos para acomodar a nova parcela no seu orçamento.

Simule antes de contratar

Nada de confiar apenas na propaganda. A melhor forma de descobrir se o empréstimo cabe no seu bolso é fazer uma simulação.

Os bancos e financeiras oferecem simuladores online que mostram:

  • valor da parcela;
  • total pago com juros;
  • custo efetivo total (CET);
  • prazo de pagamento.

Faça simulações com diferentes valores, prazos e taxas de juros. Veja quanto o valor final muda se você aumentar ou reduzir o prazo.

Pequenas diferenças podem representar centenas de reais a mais (ou a menos) no bolso.

Dica: sempre verifique o CET, que inclui juros, tarifas, IOF e seguros. É ele que mostra o custo real do empréstimo.

Fique atento aos custos extras

Um erro comum é olhar apenas para a parcela do empréstimo e esquecer outros custos que podem estar envolvidos.

No caso do consignado, isso é mais simples, pois as taxas são reguladas, mas em empréstimos pessoais, fique de olho no Custo Efetivo Total (CET).

O CET inclui:

  • Taxas administrativas
  • Seguro (quando obrigatório)
  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

Esses valores podem aumentar significativamente o custo total do empréstimo.

Por isso, sempre peça o cálculo do CET antes de tomar uma decisão.

Calcular a parcela ideal do empréstimo é mais fácil do que parece, especialmente quando você entende sua renda e suas despesas.

O segredo está em planejar e nunca comprometer mais do que 30% ou 35% da sua renda líquida, dependendo do tipo de empréstimo.

Se for consignado, a margem é uma segurança para evitar que você comprometa demais o orçamento.

Já nos empréstimos pessoais, o cuidado deve ser ainda maior, pois as taxas de juros variam bastante.

Com planejamento e atenção, é possível pegar um empréstimo que cabe no bolso, sem dor de cabeça.

Se você está pensando em contratar, comece com uma simulação para entender as condições e planejar melhor.

Evite comprometer demais sua renda

Mesmo que a margem de 30% ou 35% permita, não é obrigatório chegar no limite.

Quanto menor a parcela, mais fôlego você terá para imprevistos e despesas variáveis.

Aqui vão boas práticas para manter o equilíbrio:

  • Não comprometa toda a margem: tente manter as parcelas abaixo de 25% da renda.
  • Prefira prazos mais curtos: parcelas menores parecem tentadoras, mas quanto maior o prazo, mais juros você paga.
  • Reveja seus gastos: cortar pequenas despesas pode liberar espaço no orçamento e evitar apertos.
  • Tenha uma reserva de emergência: ela evita que um imprevisto vire uma nova dívida.

Lembre-se: o crédito deve ser uma solução, não um novo problema.

Entenda o que realmente influencia o valor da parcela

Muitos fatores além da taxa de juros podem alterar o valor final do empréstimo. Fique atento a:

  • Perfil de crédito (score): quanto melhor seu score, menores as taxas.
  • Tipo de empréstimo: o consignado tem juros menores; o pessoal, mais altos.
  • Valor total financiado: quanto maior o valor, maior o impacto dos juros.
  • Prazo escolhido: prazos longos diminuem a parcela, mas aumentam o custo total.

Compreender esses fatores ajuda você a escolher a opção mais vantajosa.

Dúvidas mais comuns sobre parcela ideal do empréstimo

1. Como saber se a parcela cabe no meu bolso?

Soma todas as suas despesas fixas e variáveis e veja quanto sobra da sua renda líquida. A parcela deve representar no máximo 30% desse valor.

2. O que acontece se eu ultrapassar esse limite?

Você corre o risco de se endividar, atrasar pagamentos e ver seu score de crédito cair.

3. O que é o CET e por que é importante?

É o Custo Efetivo Total, que mostra quanto o empréstimo realmente custa, com todas as taxas e encargos incluídos.

4. Parcelas fixas ou decrescentes: qual é melhor?

As fixas dão previsibilidade; as decrescentes ajudam a pagar menos juros. Depende do seu planejamento.

5. Posso usar mais de um empréstimo ao mesmo tempo?

Pode, desde que o somatório das parcelas não ultrapasse o limite saudável de 30% da renda.

O segredo está no equilíbrio

Calcular a parcela ideal do empréstimo não é complicado – o desafio está em ter disciplina para respeitar seus limites. Com planejamento, simulações e escolhas conscientes, é possível contratar crédito sem colocar sua vida financeira em risco.

O importante é lembrar: o melhor empréstimo é aquele que resolve um problema, e não cria outro.

Antes de contratar, simule, compare e veja se a parcela realmente cabe no seu bolso. Assim, o empréstimo se torna um aliado do seu futuro – não um peso no presente.