Como calcular a parcela ideal do empréstimo sem comprometer o orçamento

Antes de pegar um empréstimo, é importante ter clareza sobre sua situação financeira

Por: Pamela Gaudio em 17/01/2025
Como calcular a parcela ideal do empréstimo sem comprometer o orçamento

Como calcular a parcela ideal do empréstimo sem comprometer o orçamento?

Pegar um empréstimo pode ser a solução para resolver um problema ou realizar um sonho, mas é importante tomar cuidado para não comprometer o seu orçamento e acabar em uma situação complicada.

Aqui vamos te mostrar como fazer isso de forma simples, sem complicação. Boa leitura! 

Por onde começar?

Antes de pegar um empréstimo, é importante ter clareza sobre sua situação financeira. Pergunte-se:

  1. Quanto eu ganho por mês?: considere o valor líquido, ou seja, o que sobra na sua conta após todos os descontos.
  2. Quais são minhas despesas fixas?: contas de casa, alimentação, transporte, entre outras despesas que você não pode deixar de pagar.
  3. Quanto eu posso reservar para a parcela?: o ideal é não comprometer mais do que 30% da sua renda líquida com parcelas.

Por exemplo, se você ganha R$ 2.000 por mês, o limite recomendado seria R$ 600.

Essa análise inicial ajuda a evitar que o empréstimo, que deveria te ajudar, acabe se tornando um problema.

Além disso, ao saber exatamente o quanto você pode comprometer, fica mais fácil planejar o prazo e o valor total do empréstimo.

O que é a margem consignável?

Se você está pensando em pegar um empréstimo consignado, é importante entender que ele funciona de forma diferente.

Nesse tipo de empréstimo, as parcelas são descontadas diretamente do seu salário ou benefício (como INSS), e por lei, você só pode comprometer até 35% da sua renda líquida.

  • 30% da renda podem ser usados para empréstimos consignados.
  • 5% são reservados exclusivamente para cartões consignados.

Por exemplo, imagine que você recebe R$ 3.000 líquidos por mês:

  • Até R$ 900 (30%) podem ser usados para pagar parcelas de empréstimos consignados.
  • Mais R$ 150 (5%) podem ser utilizados para gastos com o cartão consignado.

Assim, mesmo que você queira um empréstimo maior, a parcela ideal do empréstimo não poderá ultrapassar esses valores.

Essa regra foi criada para proteger o consumidor, garantindo que o orçamento mensal não fique todo comprometido.

Além disso, o empréstimo consignado tem taxas de juros mais baixas, já que o banco ou financeira tem mais segurança em receber os pagamentos.

Como calcular a parcela ideal do empréstimo?

Seja consignado ou pessoal, o segredo está em planejar. Veja o que levar em consideração:

  1. Defina o valor que você precisa: por exemplo, R$5.000.
  2. Escolha o tipo de empréstimo: consignado, pessoal ou outro.
  3. Considere o prazo de pagamento: quanto mais longo, menor a parcela, mas maior o total pago em juros.
  4. Atente-se à taxa de juros: no consignado, as taxas são geralmente mais baixas, já que o banco tem garantia de pagamento.

Para empréstimos pessoais, as taxas podem variar bastante, dependendo do seu score de crédito e da instituição financeira.

Por isso, pesquise antes de fechar negócio.

Exemplo prático para consignado:

  • Valor do empréstimo: R$ 10.000
  • Taxa de juros: 1,5% ao mês
  • Prazo: 24 meses
  • Parcela estimada: R$ 490,00

Se sua renda líquida for R$ 2.000, esse valor está dentro da margem de R$ 600 (30%) permitida.

Porém, lembre-se de que a parcela ideal do empréstimo tem que ficar abaixo do limite máximo, garantindo uma folga para despesas imprevistas.

Dicas práticas para evitar problemas

  1. Não comprometa todo o seu orçamento: mesmo que a margem permitida seja de 30% ou 35%, tente manter as parcelas em um valor mais baixo, se possível. Isso dá mais flexibilidade em caso de emergências.
  2. Evite prazos muito longos: apesar de parcelas menores parecerem atraentes, quanto maior o prazo, mais você paga em juros. Sempre que possível, opte por um prazo mais curto.
  3. Pesquise antes de fechar: as taxas de juros podem variar muito entre bancos e financeiras. Use comparadores online ou simuladores para encontrar a melhor opção.
  4. Reveja suas despesas: antes de assumir um empréstimo, avalie se há gastos que podem ser reduzidos para acomodar a nova parcela no seu orçamento.

Simuladores podem ajudar

Se você quiser fazer uma simulação online, existem diversas ferramentas que podem te ajudar a calcular o valor da parcela com base no empréstimo desejado.

Geralmente, os próprios bancos oferecem o serviço de simulação, que pode ser feito pelo site ou aplicativo, para você entender melhor como ficarão suas parcelas. 

Fique atento aos custos extras

Um erro comum é olhar apenas para a parcela do empréstimo e esquecer outros custos que podem estar envolvidos.

No caso do consignado, isso é mais simples, pois as taxas são reguladas, mas em empréstimos pessoais, fique de olho no Custo Efetivo Total (CET).

O CET inclui:

  • Taxas administrativas
  • Seguro (quando obrigatório)
  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

Esses valores podem aumentar significativamente o custo total do empréstimo.

Por isso, sempre peça o cálculo do CET antes de tomar uma decisão.

Calcular a parcela ideal do empréstimo é mais fácil do que parece, especialmente quando você entende sua renda e suas despesas.

O segredo está em planejar e nunca comprometer mais do que 30% ou 35% da sua renda líquida, dependendo do tipo de empréstimo.

Se for consignado, a margem é uma segurança para evitar que você comprometa demais o orçamento.

Já nos empréstimos pessoais, o cuidado deve ser ainda maior, pois as taxas de juros variam bastante.

Com planejamento e atenção, é possível pegar um empréstimo que cabe no bolso, sem dor de cabeça.

Se você está pensando em contratar, comece com uma simulação para entender as condições e planejar melhor.