Posso ser processado por dívida de cartão de crédito? Entenda seus direitos e riscos

Saiba o que realmente acontece quando a fatura do cartão de crédito não é paga

Por: Gustavo Marlieri em 04/11/2025
Tempo de Leitura: 7 minutos
silhueta de martelo de juiz para representar se Posso ser processado por dívida de cartão de crédito

Posso ser processado por dívida de cartão de crédito? Essa é uma dúvida que tira o sono de muita gente. Afinal, com os juros altos e a dificuldade de manter as contas em dia, é comum acabar devendo no cartão.

Mas será que o banco pode mesmo entrar com um processo contra você? E o que acontece se isso ocorrer?

Neste artigo do Plusdin, vamos explicar de forma simples e direta o que acontece quando a dívida do cartão de crédito não é paga, quais são os direitos do consumidor, e em que casos a cobrança judicial pode acontecer.

Continue lendo e descubra como agir antes que o problema vire um processo.

O que acontece quando você não paga o cartão de crédito

Quando a fatura do cartão de crédito atrasa, o primeiro impacto é financeiro: juros, multa e encargos começam a se acumular rapidamente.

Em poucos dias, o valor pode dobrar, especialmente se você deixar a dívida rolar no rotativo.

Em seguida, o banco tenta resolver a situação por meio de cobranças extrajudiciais, como ligações, e-mails e mensagens.

Se não houver resposta, o nome do devedor pode ser inserido nos cadastros do SPC e Serasa, dificultando o acesso a novos créditos e financiamentos.

Caso o tempo passe e a dívida continue aberta, o credor pode protestar o débito em cartório e, em último caso, entrar com um processo judicial de cobrança.

Essa é a etapa mais séria, pois passa a envolver o Judiciário e pode levar a bloqueio de contas e penhora de bens.

Mas calma: nem toda dívida chega a esse ponto. A maioria das empresas tenta negociar antes de recorrer à Justiça, porque processos judiciais custam caro e demoram.

Posso ser processado por dívida de cartão de crédito? Entenda como isso funciona

Sim, é possível ser processado por dívida de cartão de crédito, mas isso não significa que você será preso ou perderá automaticamente seus bens.

O processo judicial é um instrumento de cobrança legal, e não uma punição.

A base legal está no Código Civil, que permite ao credor cobrar judicialmente uma dívida quando o devedor não paga um valor que é comprovadamente devido – como uma fatura de cartão.

Em geral, esse processo acontece depois de várias tentativas de negociação e cobrança extrajudicial.

O prazo para o banco entrar com uma ação é de até 5 anos, de acordo com o artigo 206 do Código Civil.

Após esse período, a dívida prescreve para fins judiciais, o que significa que o credor perde o direito de processar.

No entanto, a dívida continua existindo e pode gerar cobranças fora da Justiça.

Essa é uma informação importante, pois muita gente acredita que, passado o prazo, o problema desaparece.

Na prática, o que acontece é que a dívida de cartão de crédito deixa de poder ser cobrada judicialmente, mas ainda pode aparecer no histórico financeiro do consumidor.

O que pode acontecer em um processo judicial de cobrança

Quando o credor decide recorrer à Justiça, ele entra com uma ação de cobrança ou de execução.

Se o juiz aceitar a ação, o devedor é notificado oficialmente e tem um prazo para apresentar defesa.

Caso não haja acordo, o juiz pode determinar o pagamento obrigatório. Se o valor não for quitado, inicia-se a fase de execução da dívida, que pode envolver medidas como:

  • Penhora de bens não essenciais (carros, imóveis extras, joias, investimentos);
  • Bloqueio de contas bancárias por meio do sistema BacenJud;
  • Descontos em valores que não sejam salário ou benefícios protegidos.

É importante saber que salário, FGTS e itens essenciais da casa são impenhoráveis, ou seja, não podem ser tomados.

A intenção do processo é apenas recuperar o valor devido, não prejudicar a dignidade do devedor.

Posso ser processado por dívida de cartão de crédito e perder meus bens?

Essa é uma das maiores preocupações dos consumidores, e a resposta é: depende.

Em geral, o banco só consegue penhorar bens não essenciais, como um segundo carro, joias, investimentos ou imóveis extras.

A casa onde você mora, seu salário e o FGTS são protegidos por lei, ou seja, não entram no processo.

O objetivo da Justiça não é punir, mas garantir que o credor recupere parte do que foi emprestado.

Portanto, se você for processado, é importante não ignorar a ação. Responder no prazo e buscar um acordo judicial pode evitar medidas mais duras e facilitar a quitação da dívida.

O que não pode acontecer (mitos e verdades)

Muita gente ainda acredita em informações erradas sobre dívidas. Vamos esclarecer os principais mitos:

  • Ninguém é preso por dívida de cartão de crédito. Prisão só ocorre em casos específicos, como pensão alimentícia.
  • O banco não pode tomar seus bens sem ordem judicial. Qualquer bloqueio depende de decisão de um juiz.
  • A dívida não “some” após cinco anos. Ela apenas perde força para cobrança judicial, mas o valor continua existindo.
  • Mesmo prescrita, a dívida pode gerar cobranças extrajudiciais. Você pode continuar sendo contatado, desde que de forma respeitosa.
  • Negociar é sempre a melhor saída. Mesmo que a dívida tenha prescrito, um acordo formal pode limpar seu nome e evitar transtornos.

Essas verdades ajudam a entender melhor seus direitos e a não cair em armadilhas de falsas cobranças ou promessas milagrosas de “apagar dívidas”.

Como evitar ser processado por dívida de cartão de crédito

Evitar que a dívida vire processo é totalmente possível – e o segredo está em agir antes que o problema cresça. Aqui vão algumas atitudes que fazem diferença:

  1. Negocie o quanto antes. Entre em contato com o banco ou operadora do cartão. Muitas oferecem parcelamentos e descontos expressivos.
  2. Aproveite feirões de renegociação. Eventos como o Serasa Limpa Nome são ótimos para conseguir abatimentos e condições especiais.
  3. Evite acordos informais. Sempre registre a negociação por contrato ou comprovante de pagamento.
  4. Busque apoio jurídico gratuito. Defensorias públicas e Procons podem ajudar em casos de cobranças abusivas.
  5. Reveja seus hábitos financeiros. O cartão de crédito é útil, mas pode se tornar perigoso sem controle de gastos.
  6. Priorize a educação financeira. No portal Plusdin, você encontra dicas práticas sobre como organizar o orçamento, sair das dívidas e usar o crédito de forma inteligente.

Ao aplicar essas medidas, você não apenas evita um processo judicial, como também recupera o controle sobre sua vida financeira.

Perguntas Frequentes

1. Posso ser preso por não pagar o cartão de crédito?

Não. Dívidas de cartão são dívidas civis, e a Constituição proíbe prisão nesse tipo de situação. O máximo que pode ocorrer é cobrança judicial ou penhora de bens.

2. Depois de quanto tempo a dívida de cartão prescreve?

Em geral, após 5 anos, o credor não pode mais processar. Mas a dívida continua registrada e pode impactar seu histórico de crédito.

3. O que pode ser penhorado por causa da dívida de cartão de crédito?

Somente bens não essenciais, como veículos ou imóveis que não sejam de moradia. Salário, aposentadoria e FGTS são protegidos por lei.

4. O que acontece se eu ignorar um processo judicial?

Se você for notificado e não responder, o juiz pode determinar bloqueio de contas ou penhora automática. Ignorar nunca é uma boa ideia.

5. Vale a pena fazer acordo depois que fui processado?

Sim. Mesmo durante o processo, é possível fazer um acordo judicial e encerrar a ação. Isso evita custos e facilita limpar seu nome.

6. O nome sai do Serasa automaticamente depois de 5 anos?

Sim, as restrições expiram após cinco anos, mas a dívida continua existindo. É sempre melhor regularizar para recuperar credibilidade no mercado.

Como retomar o controle das finanças

Ser processado por dívida de cartão de crédito é uma situação que ninguém deseja, mas entender o processo e seus direitos é o primeiro passo para não agir com medo.

O importante é não fugir da dívida e buscar soluções antes que ela chegue à Justiça.

Renegociar, planejar e aprender sobre finanças pessoais são atitudes que transformam sua relação com o dinheiro.

O Plusdin está aqui para ajudar você a organizar suas finanças, entender o sistema financeiro e usar o crédito com consciência.

Lembre-se: quanto mais você entende sobre suas obrigações e direitos, mais fácil fica evitar erros e alcançar estabilidade financeira.