Antes de contrair um empréstimo: o que avaliar para não se endividar

Entenda como se preparar antes de pedir crédito e evite cair em armadilhas financeiras

Por: Ariane Terrinha em 12/11/2025
Tempo de Leitura: 4 minutos
Antes de contrair um empréstimo

Um empréstimo pode ser o empurrãozinho que falta para resolver uma emergência, quitar dívidas caras ou tirar um sonho do papel. Mas, antes de contrair um empréstimo, é essencial parar, respirar e planejar.

Pegar dinheiro emprestado sem entender as condições ou sem ter certeza da capacidade de pagamento pode transformar uma solução em um grande problema financeiro.

Neste guia, você vai descobrir o que analisar antes de contratar um empréstimo, quais erros evitar e como tomar uma decisão consciente que realmente ajude, e não complique, sua vida financeira.

Avalie sua situação financeira atual

O primeiro passo antes de contrair um empréstimo é entender como está sua saúde financeira. Isso inclui listar sua renda mensal, gastos fixos e variáveis, e verificar se há dívidas em andamento.

Um bom exercício é montar uma planilha simples com todas as entradas e saídas de dinheiro. Assim, você saberá quanto pode comprometer por mês sem prejudicar o orçamento.

Dica: o ideal é que as parcelas de um empréstimo não ultrapassem 30% da sua renda líquida. Acima disso, o risco de endividamento aumenta.

Tenha um objetivo claro

Um erro comum é pedir um empréstimo sem um motivo realmente necessário. Pergunte a si mesmo:

  • Esse empréstimo é para resolver um problema ou para bancar um desejo momentâneo?
  • Posso adiar essa compra ou buscar alternativas mais baratas?

Empréstimos fazem sentido quando o dinheiro será usado para algo que traga retorno ou estabilidade financeira, como:

  • Pagar uma dívida mais cara (como cartão de crédito ou cheque especial);
  • Fazer uma reforma que valorize um imóvel;
  • Custear estudos ou investir em um negócio próprio;
  • Lidar com uma emergência médica ou familiar.

Por outro lado, pedir empréstimo para gastos supérfluos, como viagens, festas ou compras por impulso, é o primeiro passo para o descontrole.

Compare taxas e condições

Antes de assinar qualquer contrato, pesquise e compare. As condições variam bastante entre bancos e fintechs, e um pequeno detalhe pode fazer diferença no valor total pago.

Aqui estão os principais pontos a observar:

  • Taxa de juros: quanto menor, melhor. Verifique o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todos os encargos e tarifas.
  • Prazo de pagamento: prazos mais longos reduzem a parcela, mas aumentam o custo total.
  • Tipo de empréstimo: pessoal, consignado, com garantia ou antecipação do FGTS, cada um tem suas regras e taxas específicas.
  • Reputação da instituição: desconfie de ofertas muito vantajosas e sempre verifique se a empresa é registrada no Banco Central.

Verifique seu score e histórico de crédito

Seu score de crédito influencia diretamente nas condições do empréstimo. Um bom histórico aumenta suas chances de aprovação e reduz as taxas de juros.

Antes de contrair um empréstimo, consulte sua pontuação em plataformas como Serasa, Boa Vista ou SPC Brasil e confira se há pendências no CPF.

Se sua nota estiver baixa, tente melhorar o score antes de pedir crédito, pagar contas em dia e manter o CPF atualizado ajuda bastante.

Faça simulações e calcule o impacto das parcelas

Antes de fechar negócio, simule o valor das parcelas e veja como elas se encaixam no seu orçamento. Lembre-se de considerar imprevistos, como aumento de despesas, perda de renda ou emergências.

Uma boa prática é deixar uma margem de segurança de 10% da renda para situações inesperadas. Assim, você não corre o risco de atrasar pagamentos e cair em juros ainda maiores.

Se as parcelas estiverem apertadas logo no início, repense o valor solicitado ou procure um prazo diferente. O objetivo é aliviar o orçamento, não apertá-lo.

Leia o contrato com atenção

Muita gente ignora essa etapa, e se arrepende depois. Antes de contrair um empréstimo, leia atentamente todas as cláusulas do contrato. Verifique:

  • Taxas de juros e CET;
  • Valor total financiado;
  • Prazos e número de parcelas;
  • Consequências do atraso no pagamento;
  • Multas e encargos adicionais.

Se algo parecer confuso, pergunte. Você tem direito a receber todas as informações de forma clara e transparente.

Evite pegar um empréstimo para pagar outro

Essa é uma armadilha comum: usar um novo crédito para cobrir o antigo. Isso pode até aliviar o momento, mas não resolve o problema de base, o descontrole financeiro.

A exceção é quando você substitui uma dívida cara por uma mais barata, como trocar o rotativo do cartão de crédito por um consignado.

Mesmo assim, é importante fazer as contas e garantir que as condições realmente valem a pena.

Quando não vale a pena pedir empréstimo

Nem sempre o empréstimo é a melhor solução. Evite recorrer a ele se:

  • Você não sabe ao certo para que usará o dinheiro;
  • Está com o orçamento apertado e sem reserva de emergência;
  • Possui outras dívidas em atraso;
  • Está tentando “empurrar o problema para frente”.

Em momentos assim, o ideal é organizar as finanças primeiro, cortar gastos, renegociar dívidas e só então considerar o crédito.

Planejamento é a melhor forma de economizar

Antes de contrair um empréstimo, lembre-se de que planejamento é tudo. Crédito pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar objetivos, mas só funciona quando usado de forma consciente e estratégica.

Monte um orçamento realista, defina seu objetivo, compare opções e tenha certeza de que as parcelas cabem no seu bolso. Assim, você evita o endividamento e usa o dinheiro de forma inteligente.