Um empréstimo pode ser o empurrãozinho que falta para resolver uma emergência, quitar dívidas caras ou tirar um sonho do papel. Mas, antes de contrair um empréstimo, é essencial parar, respirar e planejar.
Pegar dinheiro emprestado sem entender as condições ou sem ter certeza da capacidade de pagamento pode transformar uma solução em um grande problema financeiro.
Neste guia, você vai descobrir o que analisar antes de contratar um empréstimo, quais erros evitar e como tomar uma decisão consciente que realmente ajude, e não complique, sua vida financeira.
Avalie sua situação financeira atual
O primeiro passo antes de contrair um empréstimo é entender como está sua saúde financeira. Isso inclui listar sua renda mensal, gastos fixos e variáveis, e verificar se há dívidas em andamento.
Um bom exercício é montar uma planilha simples com todas as entradas e saídas de dinheiro. Assim, você saberá quanto pode comprometer por mês sem prejudicar o orçamento.
Dica: o ideal é que as parcelas de um empréstimo não ultrapassem 30% da sua renda líquida. Acima disso, o risco de endividamento aumenta.
Tenha um objetivo claro
Um erro comum é pedir um empréstimo sem um motivo realmente necessário. Pergunte a si mesmo:
- Esse empréstimo é para resolver um problema ou para bancar um desejo momentâneo?
- Posso adiar essa compra ou buscar alternativas mais baratas?
Empréstimos fazem sentido quando o dinheiro será usado para algo que traga retorno ou estabilidade financeira, como:
- Pagar uma dívida mais cara (como cartão de crédito ou cheque especial);
- Fazer uma reforma que valorize um imóvel;
- Custear estudos ou investir em um negócio próprio;
- Lidar com uma emergência médica ou familiar.
Por outro lado, pedir empréstimo para gastos supérfluos, como viagens, festas ou compras por impulso, é o primeiro passo para o descontrole.
Compare taxas e condições
Antes de assinar qualquer contrato, pesquise e compare. As condições variam bastante entre bancos e fintechs, e um pequeno detalhe pode fazer diferença no valor total pago.
Aqui estão os principais pontos a observar:
- Taxa de juros: quanto menor, melhor. Verifique o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todos os encargos e tarifas.
- Prazo de pagamento: prazos mais longos reduzem a parcela, mas aumentam o custo total.
- Tipo de empréstimo: pessoal, consignado, com garantia ou antecipação do FGTS, cada um tem suas regras e taxas específicas.
- Reputação da instituição: desconfie de ofertas muito vantajosas e sempre verifique se a empresa é registrada no Banco Central.
Verifique seu score e histórico de crédito
Seu score de crédito influencia diretamente nas condições do empréstimo. Um bom histórico aumenta suas chances de aprovação e reduz as taxas de juros.
Antes de contrair um empréstimo, consulte sua pontuação em plataformas como Serasa, Boa Vista ou SPC Brasil e confira se há pendências no CPF.
Se sua nota estiver baixa, tente melhorar o score antes de pedir crédito, pagar contas em dia e manter o CPF atualizado ajuda bastante.
Faça simulações e calcule o impacto das parcelas
Antes de fechar negócio, simule o valor das parcelas e veja como elas se encaixam no seu orçamento. Lembre-se de considerar imprevistos, como aumento de despesas, perda de renda ou emergências.
Uma boa prática é deixar uma margem de segurança de 10% da renda para situações inesperadas. Assim, você não corre o risco de atrasar pagamentos e cair em juros ainda maiores.
Se as parcelas estiverem apertadas logo no início, repense o valor solicitado ou procure um prazo diferente. O objetivo é aliviar o orçamento, não apertá-lo.
Leia o contrato com atenção
Muita gente ignora essa etapa, e se arrepende depois. Antes de contrair um empréstimo, leia atentamente todas as cláusulas do contrato. Verifique:
- Taxas de juros e CET;
- Valor total financiado;
- Prazos e número de parcelas;
- Consequências do atraso no pagamento;
- Multas e encargos adicionais.
Se algo parecer confuso, pergunte. Você tem direito a receber todas as informações de forma clara e transparente.
Evite pegar um empréstimo para pagar outro
Essa é uma armadilha comum: usar um novo crédito para cobrir o antigo. Isso pode até aliviar o momento, mas não resolve o problema de base, o descontrole financeiro.
A exceção é quando você substitui uma dívida cara por uma mais barata, como trocar o rotativo do cartão de crédito por um consignado.
Mesmo assim, é importante fazer as contas e garantir que as condições realmente valem a pena.
Quando não vale a pena pedir empréstimo
Nem sempre o empréstimo é a melhor solução. Evite recorrer a ele se:
- Você não sabe ao certo para que usará o dinheiro;
- Está com o orçamento apertado e sem reserva de emergência;
- Possui outras dívidas em atraso;
- Está tentando “empurrar o problema para frente”.
Em momentos assim, o ideal é organizar as finanças primeiro, cortar gastos, renegociar dívidas e só então considerar o crédito.
Planejamento é a melhor forma de economizar
Antes de contrair um empréstimo, lembre-se de que planejamento é tudo. Crédito pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar objetivos, mas só funciona quando usado de forma consciente e estratégica.
Monte um orçamento realista, defina seu objetivo, compare opções e tenha certeza de que as parcelas cabem no seu bolso. Assim, você evita o endividamento e usa o dinheiro de forma inteligente.




