Taxa Selic: o que é

A Selic não é um indicador que desempenha um papel fundamental para a economia brasileira

Por: Ariane Terrinha em 14/09/2023
taxa selic

Você certamente já ouviu falar em taxa Selic, mas sabe exatamente o que ela é e por que é tão comentada?

Desde a sua criação, a taxa tem influenciado o dia a dia das pessoas, desde os empréstimos que fazemos aos investimentos que escolhemos.

No entanto, é muito comum que as pessoas desconheçam o que ela é ou mesmo como afeta as suas vidas.

Pensando nisso, neste artigo vamos mergulhar no universo da Selic e desvendar as suas funções.

Com esse conhecimento, você certamente será capaz de tomar decisões financeiras mais inteligentes a partir de agora.

O que é taxa Selic e para que serve?

Se você tem o costume de acompanhar os noticiários sobre finanças, já deve ter se cansado de ouvir sobre a taxa Selic.

No entanto, o que poucos sabem é que SELIC é o acrônimo para “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”, que é a taxa básica de juros da economia brasileira.

A Selic funciona como referência para outras taxas de juros do país, sendo uma base para os bancos definirem suas taxas de empréstimos, financiamentos e até mesmo investimentos.

Mas, afinal, por que ela é tão falada no dia a dia?

A Selic é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central do Brasil (BC) para controlar a quantidade de dinheiro em circulação.

A partir disso, o BC consegue manter o seu controle sobre a inflação do país. Quando a taxa Selic sobe ou desce, ela influencia o valor dos juros sobre operações de crédito e investimentos.

Se os juros estão mais altos, a tendência é que as pessoas utilizem menos o crédito, o que diminui o dinheiro em circulação e, consequentemente, ajuda a controlar os preços.

Por outro lado, quando a inflação está baixa e a economia precisa de um estímulo, a Selic pode ser reduzida para incentivar a obtenção de crédito e o consumo.

Além disso, a Selic também exerce influência sobre diversos investimentos, principalmente aqueles considerados de renda fixa.

Entender o que é a Selic e para que ela serve é crucial, não apenas para economistas, mas para todas aquelas pessoas que desejam investir ou contratar um empréstimo ou financiamento.

Quem decide o valor dessa taxa?

A decisão sobre o valor da taxa Selic não é feita diretamente pelo governo, mas sim por um grupo chamado Comitê de Política Monetária (COPOM), que pertence ao BC.

O COPOM é composto por membros do Banco Central, o que inclui o presidente da instituição.

A cada período de 45 dias, os membros se reúnem para analisar o cenário econômico e decidir se a taxa Selic será elevada, reduzida ou mantida.

Durante as reuniões do COPOM, diversos fatores são considerados. Entre eles, podemos destacar a atual situação da economia brasileira, a projeção de inflação e a atividade econômica do país.

No fim de cada reunião, a decisão acerca do que fazer com a Selic é anunciada e justificada, sendo registrada em ata.

Quanto rende a taxa Selic por mês?

Muita gente se pergunta sobre o rendimento mensal da Selic para investimentos que são atrelados a essa taxa.

Por se tratar de uma taxa anual, para descobrir o valor mensal é preciso fazer um cálculo simples, que leva em conta a composição dos juros.

Ou seja, não basta simplesmente pegar o valor da taxa anual e dividir por 12.

Para fazer essa conta, você deve usar a fórmula de juros compostos:

(1 + taxa anual)1/12 – 1

Por exemplo: se a Selic estiver em 12% ao ano, o rendimento mensal não será de 1%. Ao aplicar a fórmula, encontraremos um rendimento aproximado de 0,949%, pouco abaixo do valor da divisão simples.

No caso dos investimentos, é importante lembrar que o rendimento real pode ser ainda menor, pois podem existir taxas administrativas ou impostos aplicáveis ao rendimento.

Assim, é importante consultar as especificidades de seus investimentos e, em caso de dúvida, buscar a orientação de um contador ou de um consultor financeiro.

O que significa o aumento da taxa Selic?

Quando ouvimos falar que a taxa Selic aumentou, isso traz diversas implicações para a economia. Entre elas, podemos destacar:

  • Maior controle da inflação;Impacto nos empréstimos e financiamentos;
  • Impacto nos investimentos atrelados à Selic; e
  • Atração de capital estrangeiro

Nos momentos em que o consumo no país está em alta e a inflação começa a subir, o COPOM pode usar a elevação da taxa Selic para promover o controle dessa inflação.

Isso porque uma inflação muito alta pode significar um aumento expressivo no preço dos bens e serviços, inclusive aqueles essenciais, como alimentos.

Assim, quando há um aumento da Selic, as taxas para conseguir empréstimos ou financiar bens aumenta e isso desestimula a contratação desse tipo de crédito.

Com menos dinheiro circulando, as famílias deixam de comprar e isso “freia” o processo inflacionário.

Se a taxa Selic diminui:

  • O crédito fica mais barato: com a Selic mais baixa, os juros de empréstimos e financiamentos tendem a ser menores, o que facilita a compra de bens como carros ou imóveis;
  • Há um estímulo ao consumo: o crédito mais acessível incentiva as pessoas a consumir mais, movimentando a economia;
    Investimentos com rendimento menor: os investimentos atrelados à Selic, como o Tesouro Selic, passam a render menos e se tornam menos atrativos para os investidores;
  • Desvalorização da moeda: taxas de juros mais baixas podem resultar na fuga de investidores estrangeiros, o que potencialmente pode levar a uma desvalorização da moeda nacional.

Como você deve ter percebido, a Selic alta tem efeitos contrários aos da Selic baixa e vice-versa.

Assim, seja em nossas decisões de investimento, consumo ou plano futuros, precisamos sempre ter atenção ao valor da Selic.

Estar ciente desses movimentos nos permite planejar melhor as nossas finanças, evitando sermos pegos de surpresa. Assim, busque sempre por informações atualizadas e mantenha-se por dentro das últimas notícias sobre a economia do país.

Quais investimentos são afetados pela Selic?

A taxa Selic é a principal referência para diversos tipos de investimentos no Brasil. Assim, a sua variação influencia diretamente a rentabilidade, que é o retorno obtido com essa aplicação.

A seguir, vamos entender quais são os principais investimentos afetados pela Selic:

1. Poupança

A poupança tem a sua rentabilidade diretamente ligada à Selic.

Quando a taxa básica está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende o equivalente a 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).

Já se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é fixa em 0,5% ao mês mais a TR.

2. Títulos Públicos

O Tesouro Direto oferece diversos títulos indexados à Selic, dentre os quais está o próprio Tesouro Selic.

A rentabilidade desses títulos acompanha a variação da taxa básica.

Além disso, existem outros títulos, como os prefixados ou atrelados à inflação, que também sofrem impactos quando a Selic muda, uma vez que ela afeta as expectativas do mercado.

3. CDBs e RDBs

Muitos dos Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB) possuem a sua rentabilidade ligada a uma taxa chamada Certificado de Depósitos Interbancários (CDI).

E vale lembrar que o CDI acompanha bem de perto a taxa Selic.

4. Fundos DI

Os chamados Fundos DI são fundos que investem majoritariamente em títulos públicos federais ou em títulos privados de baixo risco.

Todos eles possuem a sua performance atrelada ao CDI e, portanto, a mudança da Selic os impacta diretamente.

5. Mercado de Ações

Embora que de uma forma indireta, a Bolsa de Valores também é impactada quando há mudanças na taxa Selic.

Isso porque juros mais altos podem desestimular os investimentos em renda variável, já que a renda fixa se torna mais atrativa.

Por outro lado, juros mais baixos tendem a levar mais investidores para o mercado de ações em busca de rentabilidades maiores.

Por que a Selic é importante?

Como você viu ao longo deste texto, a taxa Selic é mais do que apenas um número do mercado financeiro, mas sim um verdadeiro termômetro para a economia brasileira.

A sua influência se estende desde as decisões do governo até o orçamento doméstico das famílias.

Quando a Selic muda, isso reflete e molda as expectativas sobre o crescimento econômico, a inflação e a própria estabilidade do país.

Para os investidores, a Selic é um ponto de fundamental atenção e deve ser consultada para a tomada de decisões mais acertadas.

Já para o cidadão comum, ela pode afetar o poder de compra, o acesso ao crédito e até a valorização de seus investimentos.

Ou seja, a Selic é um pilar que sustenta e direciona a economia nacional.

Se você achou este conteúdo esclarecedor, aproveite e compartilhe com amigos, familiares e outras pessoas que se interessam em compreender a dinâmica financeira do Brasil.

Juntos, podemos tomar decisões financeiras mais informadas e seguras!